A próstata é uma glândula fundamental para a saúde e a fertilidade masculina. Ela fica na parte inferior do abdômen, abaixo da bexiga e à frente do reto, e é responsável pela produção de parte do líquido seminal, secretando substâncias que contribuem para a nutrição e o transporte dos espermatozoides.
Em algumas situações, como em casos de câncer de próstata ou outras doenças graves que acometem a glândula, sua remoção pode ser necessária. As dúvidas que muitas pessoas têm diante dessa indicação médica são:
- a retirada da próstata causa problemas sexuais e reprodutivos?
- ainda é possível ser pai após a cirurgia?
Leia este artigo, confira as repostas para as perguntas acima, entenda melhor o impacto da remoção da próstata no sistema reprodutor masculino e veja quais são as alternativas para o homem que quer ser pai depois da cirurgia!
Como o sistema reprodutor masculino funciona?
Para compreender as consequências da retirada da próstata, é importante conhecer as estruturas e o funcionamento do sistema reprodutor masculino. Ele é composto por:
- testículos, que são as gônadas masculinas, os órgãos responsáveis pela produção dos espermatozoides e do hormônio testosterona;
- epidídimos, canais localizados na borda dos testículos, onde os espermatozoides ficam armazenados enquanto amadurecem e adquirem motilidade;
- vasos ou canais deferentes, fazem parte do sistema de ductos do trato genital e têm a função de transportar os espermatozoides maduros até a uretra;
- próstata e vesículas seminais, glândulas acessórias que produzem a maior parte do líquido seminal;
- uretra, canal por onde o sêmen é expelido durante a ejaculação.
A próstata e as vesículas seminais secretam os líquidos e elementos que compõem o sêmen. Esses fluídos são essenciais para a proteção, o deslocamento e a sobrevivência dos espermatozoides durante seu trajeto no trato reprodutivo feminino — desde o colo do útero até as tubas uterinas, onde ocorre a fertilização do óvulo.
O médico urologista/andrologista é o profissional responsável pela avaliação das condições masculinas, tendo em vista uma abordagem geral que abrange a saúde sexual e reprodutiva do homem. Ele pode constatar, por meio de exame físico e análises específicas, como o espermograma, se há alterações nos órgãos reprodutores e no sêmen.
Já no acompanhamento do casal infértil, o especialista em medicina reprodutiva também é indispensável. Tanto o homem quanto a mulher precisam ser avaliados para descobrir se há outros fatores de infertilidade que devem ser tratados.
Por que pode haver indicação para a retirada da próstata?
A cirurgia para retirada total da próstata é chamada de prostatectomia radical, sendo indicada principalmente em casos de câncer de próstata, uma vez que se trata da melhor opção para remover o tumor.
Algumas doenças benignas da próstata também podem ser tratadas cirurgicamente, dependendo da gravidade e da ausência de resposta a tratamentos clínicos, como a prostatite e a hiperplasia prostática, que envolve o crescimento anormal da glândula e pode comprometer a função urinária.
Após a remoção da próstata, o homem não ejacula mais, pois as vesículas seminais e os canais que transportam o sêmen também são removidos ou danificados durante o procedimento. Isso significa que a fertilidade natural do homem é comprometida, mas os testículos continuam a produzir espermatozoides.
Outros possíveis efeitos colaterais das doenças da próstata ou da retirada da glândula são incontinência urinária e disfunção erétil. No entanto, essas consequências não ocorrem em todos os casos e são quase sempre reversíveis.
Ainda é possível ser pai depois dessa cirurgia?
Sim, mesmo após a retirada da próstata, a paternidade ainda é possível com o auxílio da reprodução assistida. Como o problema está na ejaculação e não na produção dos espermatozoides, algumas técnicas podem ser utilizadas para coletá-los diretamente dos testículos ou epidídimos.
Contar com esses recursos pode fazer toda a diferença nos planos de família do homem, especialmente para os que precisaram retirar a próstata em idade jovem, embora essas técnicas também possam ser utilizadas em homens com idade mais avançada.
Portanto, homens que passaram pela prostatectomia podem recuperar espermatozoides por meio de biópsia testicular e punção do epidídimo. Depois, esses gametas são usados na fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).
Os principais métodos de recuperação espermática são:
- Aspiração Percutânea de Espermatozoides do Epidídimo (PESA);
- Aspiração Microcirúrgica de Espermatozoides do Epidídimo (MESA);
- Extração Testicular de Espermatozoides (TESE);
- Microdissecção Testicular (Micro-TESE).
As técnicas PESA e MESA permitem coletar espermatozoides maduros. Caso eles não sejam encontrados em quantidade suficiente nos epidídimos, os métodos TESE e Micro-TESE possibilitam a recuperação dos gametas que ainda estão no local onde são produzidos, nos túbulos seminíferos, dentro dos testículos.
Se o homem souber previamente que passará por uma prostatectomia e for orientado pelo médico urologista, o congelamento de sêmen antes da cirurgia também é uma alternativa para a preservação da fertilidade.
Portanto, há vários caminhos que podem ser percorridos. A retirada da próstata compromete a fertilidade natural, mas não impede que o homem tenha filhos. Com o planejamento adequado e as técnicas de reprodução assistida, é possível ser pai depois de ter passado por essa cirurgia.
Há diversos outros fatores que também podem deixar o homem infértil. Quer entender quais são? Leia agora o artigo completo sobre infertilidade masculina!
