Engravidar após os 40 anos faz parte do planejamento reprodutivo de muitas mulheres, mas algumas ainda desconhecem os reais impactos do avanço da idade na fertilidade. Será que utilizar óvulos congelados evita problemas reprodutivos na gestação tardia? Você também tem essa dúvida? Vamos respondê-la ao longo do post.
Você já deve ter ouvido falar ou lido algo sobre os riscos de engravidar depois dos 40 anos. É verdade que a fertilidade feminina passa por transformações ao longo da vida. À medida que a mulher avança na idade, sua reserva ovariana — o número de óvulos disponíveis nos ovários — diminui gradualmente. A qualidade dessas células reprodutivas também reduz, principalmente após os 35 anos.
O relógio biológico não para. O avanço da idade impacta as chances de engravidar naturalmente e aumenta os riscos de complicações na gestação. Descubra, neste post, se é possível reduzir esses riscos ao utilizar óvulos congelados!
O que é congelamento de óvulos?
O congelamento de óvulos é uma técnica realizada na reprodução assistida, que permite preservar a fertilidade feminina para tentativas de gravidez no futuro. Os óvulos são coletados dos ovários e colocados em criopreservação (armazenamento em baixíssimas temperaturas), sem perda de qualidade celular e com altas taxas de reaproveitamento.
Ao deixar os óvulos congelados em uma idade mais jovem, a mulher garante que terá a opção de utilizá-los quando se sentir pronta para ser mãe. Isso pode ser feito por razões médicas (tratamento oncológico ou cirurgia ovariana, por exemplo) ou devido à escolha de adiar a maternidade (motivos profissionais, pessoais e outros).
Sem dúvidas, o congelamento de óvulos é uma técnica valiosa no contexto da sociedade atual, em que as mulheres têm mais autonomia e liberdade para tomar suas decisões a respeito da maternidade, mas atenção: ao planejar uma gravidez após os 40 anos com óvulos congelados, tenha em mente que isso não é uma certeza de resultado positivo.
O que acontece é que as chances de concepção e de uma gestação bem-sucedida aumentam consideravelmente, visto que os óvulos jovens vão manter sua qualidade. No entanto, outros fatores poderão influenciar o sucesso do tratamento, como a saúde uterina e a fertilidade do parceiro.
Quais são os riscos de engravidar após os 40 anos?
A gravidez após os 40 anos apresenta riscos maiores para a mãe e o bebê do que em idades mais jovens. Para começar, as chances de engravidar nessa fase — ou ainda antes, a partir dos 35 — são menores porque a reserva ovariana está mais baixa e, principalmente, porque a qualidade dos óvulos diminui.
Todas as células do corpo envelhecem com o passar dos anos, e não seria diferente com os óvulos. Gametas de baixa qualidade — o que também vale para os espermatozoides — aumentam o risco de formar embriões de qualidade reduzida, que não conseguem se implantar no útero ou resultam em abortamento espontâneo.
Após os 40 anos, também há o risco aumentado para aneuploidias (alterações na quantidade de cromossomos do embrião). Essa condição, além de estar associada à falha de implantação embrionária e ao abortamento, pode levar à formação de um indivíduo com síndrome cromossômica. A mais conhecida é a síndrome de Down.
Em relação às complicações obstétricas, nas gestações tardias há mais risco de ocorrer:
- hipertensão arterial;
- pré-eclâmpsia e eclampsia;
- diabetes gestacional;
- macrossomia fetal;
- parto prematuro;
- cesariana.
Afinal, é seguro engravidar após os 40 anos com óvulos congelados?
Tendo em vista as chances de concepção, sim, as possibilidades são seguramente mais promissoras de engravidar após os 40 anos com óvulos congelados do que sem congelamento prévio.
O risco de abortamento e de anomalias cromossômicas também é significativamente menor, se a concepção tardia ocorrer com óvulos congelados em idade mais jovem.
No entanto, precisamos esclarecer que o congelamento de óvulos não elimina todos os riscos da gravidez após os 40 anos. A gestação nessa idade ainda é mais suscetível a complicações, como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional, independentemente da idade em que os óvulos foram congelados.
Com os recursos avançados da medicina reprodutiva, planejar a gravidez para depois dos 40 anos é uma possibilidade, atualmente. Dessa forma, a mulher tem mais autonomia para decidir o momento mais oportuno para ser mãe e priorizar outros objetivos antes dessa importante mudança de vida. Contudo, isso deve ser feito de forma consciente.
É importante que, ao tomar essa decisão, a mulher esteja bem-informada sobre os riscos e benefícios da gravidez tardia e discuta com seu médico as melhores soluções para o seu caso.
Se você está considerando congelar os óvulos ou engravidar após os 40 anos, procure um especialista em reprodução humana, faça uma avaliação individualizada e esclareça todas as suas dúvidas!
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