Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), um em cada quatro casais em idade reprodutiva é infértil (países em desenvolvimento). Estima-se que 15% da população mundial sexualmente ativa seja infértil.
No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que as mulheres têm engravidado cada vez mais tarde, muitas vezes após os 35 anos. Contudo, nessa idade, o envelhecimento dos óvulos e a diminuição na sua quantidade reduzem as chances de gravidez natural e aumentam o risco de perda de gravidez.
Neste post, vamos mostrar como funciona a estimulação ovariana, processo utilizado na FIV (fertilização in vitro) e em outras técnicas de reprodução assistida para aumentar as taxas de sucesso.
A fertilização in vitro (FIV)
A FIV é a técnica de reprodução humana assistida considerada mais complexa. Nos últimos anos, tem se observado um aumento nas taxas de sucesso, que podem chegar até 55%, dependendo da idade da mulher e da causa da infertilidade.
Na FIV, o óvulo é fecundado pelo espermatozoide em laboratório, dando origem ao embrião. O desenvolvimento do embrião é acompanhado até que ele esteja pronto para ser transferido ao útero.
Os gametas usados podem ser do próprio casal ou de doadores. Isso permite que mulheres com idade mais avançada, que não produzem mais óvulos ou tenham óvulos de baixa qualidade, também possam engravidar.
A indicação desse tratamento é feita por médico especialista, após uma anamnese e realização de exames para identificação das causas da infertilidade. Entre as principais condições para a indicação da FIV estão:
- Obstrução tubária;
- Fator masculino grave ou moderado;
- Mulher com idade avançada;
- Necessidade de análise genética de embriões;
- Vasectomia;
- Endometriose;
- Infertilidade sem causa aparente;
- Falha de tratamentos anteriores.
A estimulação ovariana
A estimulação ovariana é utilizada em diversas técnicas de reprodução assistida, mas com intensidades diferentes. No coito programado e inseminação artificial, o objetivo é estimular o crescimento de 2 a 5 folículos, enquanto na FIV o objetivo é gerar um número muito maior.
Para a realização da FIV, é necessário que várias etapas sejam cumpridas, sendo a primeira delas a estimulação ovariana. Nessa etapa, a mulher faz uso de hormônios (gonadotrofinas) pelo período de 10 a 12 dias para estimular o crescimento de diversos óvulos. Durante esse período, é realizado um acompanhamento do crescimento dos folículos e do espessamento endometrial com o auxílio de ultrassonografia e dosagens hormonais. Assim, pode-se identificar a quantidade de folículos em crescimento e o seu tamanho a cada exame. Com isso, adéqua-se a dose do hormônio a cada paciente.
Quando os folículos atingem o tamanho adequado, a paciente recebe uma injeção de outro hormônio para que ocorra o amadurecimento dos óvulos. Após 34 a 36 horas, é realizada a punção dos folículos para aspiração dos óvulos. No mesmo dia, os espermatozoides são coletados e preparados para a fecundação em laboratório.
A partir da fecundação, os embriões serão formados, e seu desenvolvimento é acompanhado em laboratório. O tempo de desenvolvimento embrionário depende da estratégia de transferência. Os embriões podem ser transferidos no 2º, 3º dias (estágio de clivagem) ou no 5º dia (estágio de blastocisto).
Os embriões selecionados são transferidos para o útero e aqueles não transferidos e que apresentem boa qualidade são criopreservados para uma possível utilização futura. Isso evita um novo processo de estimulação ovariana.
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