Histerossonografia: o que o exame pode diagnosticar?

Por Equipe Origen

Publicado em 14/10/2025

A avaliação da cavidade uterina é uma das etapas da investigação da infertilidade feminina. Entre os exames disponíveis para isso, a histerossonografia tem ganhado destaque por ser um procedimento não invasivo, seguro, acessível e com alta acurácia.

A histerossonografia é uma técnica de ultrassonografia com infusão de soro fisiológico dentro da cavidade uterina. O uso da solução salina é útil para melhorar as imagens do interior do útero, ajudando na visualização detalhada do endométrio (revestimento interno da parede uterina) e na identificação de alterações que podem causar sintomas ginecológicos e infertilidade.

O soro utilizado atua como um contraste, revelando possíveis anormalidades que podem passar despercebidas em uma ultrassonografia transvaginal comum. Por isso, esse exame tem sido escolhido por muitos médicos para diagnosticar doenças uterinas e direcionar o tratamento da infertilidade.

Preste atenção na leitura deste artigo para entender o que é histerossonografia, quando ela é indicada, como é realizada e o que pode diagnosticar!

Quando a histerossonografia pode ser solicitada?

A histerossonografia pode ser indicada quando há suspeita de alterações intrauterinas que possam interferir na fertilidade e na saúde ginecológica de modo geral. As possíveis indicações são feitas para:

  • investigação das causas de infertilidade; 
  • avaliação de falhas de implantação embrionária em ciclos de FIV; 
  • pesquisa das causas do abortamento de repetição; 
  • sangramentos uterinos anormais; 
  • suspeita de mioma submucoso, pólipo endometrial ou outra alteração intrauterina;
  • alergia ao contraste da histerossalpingografia;
  • complementação de ultrassonografias inconclusivas.

A histerossonografia é normalmente realizada em consultório ou clínica especializada em diagnóstico de imagem, com preparo simples e sem necessidade de anestesia. O procedimento é rápido e a mulher pode retornar aos seus afazeres habituais logo após o exame.

Como esse exame é feito?

A histerossonografia é realizada geralmente entre o 7º e 12º dia do ciclo menstrual, ou seja, após a menstruação e antes da ovulação. Nessa fase, pode-se ter uma melhor visualização do endométrio, além de evitar uma interferência (improvável) em uma possível gestação.

O exame é feito com a paciente posicionada como em um exame ginecológico de rotina. Então, um cateter fino é introduzido pelo colo do útero até a cavidade uterina e, por meio dele, o soro fisiológico estéril é injetado para distender as paredes do útero. 

Com o auxílio da ultrassonografia transvaginal convencional, o médico obtém imagens do interior do útero, que são acompanhadas em um monitor de vídeo, e observa o formato da cavidade, a espessura do endométrio e a presença de lesões.

O exame não requer sedação nem anestesia, tampouco repouso posterior. A mulher pode sentir cólicas leves durante a infusão do soro, mas a histerossonografia geralmente é bem tolerada.

O que a histerossonografia pode diagnosticar?

A histerossonografia possibilita, com precisão, o diagnóstico de alterações que afetam a cavidade do útero. Veja algumas das condições que o exame pode revelar: 

Pólipos endometriais

São crescimentos anormais do tecido endometrial, que formam protuberâncias na camada interna do útero, aumentando os riscos de falhas de implantação embrionária e sangramentos irregulares. Aparecem no exame como estruturas arredondadas ou em formato de gota projetando-se para dentro da cavidade. Podem também estar associados à endometrite.

Miomas submucosos

Os miomas são tumores benignos formados por tecido muscular. Os submucosos são os que nascem na camada medial da parede uterina (miométrio) e crescem em direção ao endométrio.

Os miomas submucosos podem invadir e distorcer a cavidade uterina, aumentando os riscos de falhas de implantação do embrião, abortamento espontâneo e complicações obstétricas. A histerossonografia permite diferenciar esse tipo de mioma de outras lesões. 

Sinequias uterinas 

Sinequias são aderências ou faixas de tecido cicatricial que se formam dentro da cavidade uterina, geralmente após curetagem, infecções ou cirurgias. Quando há muitas sinequias, que chegam a ocluir o espaço interno do útero, a condição é classificada como síndrome de Asherman. Essa anormalidade pode impedir a gravidez e até provocar amenorreia (ausência de menstruação).

Malformações uterinas 

Alguns tipos de anomalias uterinas congênitas podem ser identificados com a histerossonografia, como o útero septado e o unicorno, e essas condições alteram a estrutura do órgão e podem dificultar a evolução da gravidez. 

Espessamento ou irregularidade do endométrio 

A histerossonografia avalia a integridade e a espessura do revestimento interno do útero, características importantes para receber o embrião e possibilitar uma implantação bem-sucedida. Alterações relevantes nesse tecido merecem uma investigação mais aprofundada, incluindo a realização de uma biópsia endometrial.

Qual é o papel da histerossonografia na reprodução assistida?

Com base nos resultados da histerossonografia — e de outros exames, se necessário — define-se o tratamento das lesões intrauterinas, que pode ser cirúrgico dependendo da gravidade dos sintomas, da idade da mulher e, especialmente, da intenção de gravidez.

Caso tenha indicação para as técnicas de reprodução assistida, é preciso avaliar de forma individualizada quais são as melhores opções. A técnica com mais taxas de sucesso é a fertilização in vitro (FIV), mas, mesmo que ela seja feita com recursos avançados, é importante que a cavidade uterina esteja livre de alterações que possam dificultar a implantação do embrião.

Por isso, a histerossonografia eventualmente pode ser solicitada antes do início da FIV para diagnosticar possíveis causas uterinas de infertilidade e diminuir o risco de falhas no tratamento. Embora seja um exame simples, é muito eficaz para revelar anormalidades que poderiam passar despercebidas em outros exames de imagem.

Depois de entender o que é histerossonografia, leia também o texto que aborda mais detalhes da ultrassonografia pélvica!

 

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