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Hormônio antimülleriano: qual a finalidade do exame?

Por Equipe Origen

Publicado em 15/12/2021

O hormônio antimülleriano é um dos marcadores da reserva ovariana. É uma glicoproteína produzida pelos folículos ovarianos — pequenas estruturas que guardam os óvulos. A dosagem desse hormônio faz parte dos exames realizados na avaliação da quantidade de óvulos que uma mulher dispõe, portanto tem importante papel na investigação da infertilidade.

Os hormônios, de modo geral, agem como reguladores de diversas funções do organismo. O sistema reprodutor feminino é estimulado por substâncias como FSH (hormônio folículo-estimulante), LH (hormônio luteinizante), estrogênio e progesterona. Eles agem de forma alternada durante o ciclo menstrual, promovendo a ovulação e o preparo do útero para receber um possível embrião.

Vamos apresentar, neste post, o que é o hormônio antimülleriano e qual sua importância na avaliação da fertilidade da mulher. Acompanhe!

Hormônio antimülleriano e fertilidade feminina

Para facilitar o entendimento acerca da relação entre hormônio antimülleriano e fertilidade, podemos relembrar como as demais substâncias agem no sistema reprodutor feminino. O ciclo começa com a secreção do GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) pelo hipotálamo, estimulando a hipófise a liberar FSH e LH.

Os hormônios hipofisários acionam os ovários, os quais passam a desenvolver vários folículos. Um deles se desenvolve mais que os outros, amadurece, se rompe e libera o óvulo. O gameta feminino, então é captado pela tuba uterina adjacente e pode ser fertilizado por um espermatozoide para dar origem ao embrião.

As estruturas residuais do folículo rompido permanecem no ovário e formam o corpo-lúteo, que produz estrogênio e progesterona para deixar o endométrio em condições propícias para a implantação embrionária. Em todo ciclo em que não há implantação, o tecido endometrial descama, causando o sangramento menstrual e um novo ciclo reprodutivo começa.

Vimos, então, que vários folículos ovarianos começam a se desenvolver, mês após mês, para ocasionar a ovulação. Esse processo contínuo marca a redução gradual da reserva ovariana, uma vez que a mulher já nasce com essa reserva completa, isto é, os óvulos não são produzidos ao longo da vida.

No início da idade reprodutiva — período que começa com a menarca (primeira menstruação) —, a mulher tem aproximadamente 300 a 500 mil folículos armazenados. A cada ciclo menstrual, esse número diminui, chegando ao esgotamento da reserva ovariana por volta dos 50 anos, com a menopausa. Entretanto, a partir dos 35 anos, a fertilidade da mulher já apresenta considerável declínio.

O hormônio antimülleriano é produzido pelas células granulosas dos folículos ovarianos primários — aqueles que ainda não foram recrutados para o desenvolvimento que precede a ovulação —, bem como pelos pequenos folículos antrais (com até 7 mm de diâmetro). Portanto, os níveis desse hormônio estão relacionados à quantidade de óvulos ainda disponíveis na reserva ovariana e, dessa forma, é avaliado como um importante marcador da fertilidade feminina.

Finalidade do exame e indicações

A dosagem sérica do hormônio antimülleriano é um exame laboratorial, realizado a partir da coleta de uma amostra de sangue. Seus resultados são complementados pela ultrassonografia transvaginal que permite a contagem dos folículos antrais. Em conjunto, esses dois exames são os principais solicitados para avaliação da reserva ovariana.

Assim, a finalidade da dosagem do hormônio antimülleriano é estimar a quantidade de óvulos, não sendo possível determinar a qualidade deles por nenhum exame, mas sabemos que há uma relação linear com a idade. O exame é indicado principalmente na investigação da infertilidade feminina. Em mulheres com idade avançada, pode revelar baixa reserva ovariana, fator esse com impacto negativo nas chances de gravidez espontânea.

A tendência moderna ao adiamento da maternidade é algo que interfere na capacidade de reprodução da mulher, tanto em ciclos naturais quanto na reprodução assistida. Sendo assim, os testes de avaliação da reserva ovariana têm papel relevante para o aconselhamento das mulheres que pretendem engravidar.

Hormônio antimülleriano e reprodução assistida

Na reprodução assistida, a dosagem do hormônio antimülleriano é utilizada para investigar a situação da reserva ovariana e para nortear os protocolos de estimulação. O exame fornece uma predição da resposta dos ovários aos medicamentos hormonais. Dessa forma, podemos identificar quais pacientes terão baixa resposta e quais são mais suscetíveis à síndrome do hiperestímulo ovariano (SHO).

A estimulação ovariana é a primeira técnica realizada nos tratamentos de reprodução assistida e consiste em administrar medicação hormonal — oral ou injetável — para intensificar o funcionamento dos ovários. Com isso, desenvolvemos um número maior de folículos e conseguimos obter mais óvulos maduros para a fertilização.

Essa técnica pode ser empregada tanto nos tratamentos mais simples — relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial ou intrauterina (IIU) — quanto na fertilização in vitro (FIV), considerada de alta complexidade.

Na RSP e na IIU, o objetivo é desenvolver aproximadamente 3 folículos até o tamanho adequado para a ovulação. Na FIV, o protocolo de estimulação ovariana é mais intenso, tendo por finalidade a coleta do maior número possível de óvulos. Assim, as doses são ajustadas com base nos resultados dos exames, incluindo a dosagem do hormônio antimülleriano.

Compreendeu a relação desse hormônio com a fertilidade feminina? Caso tenha ficado alguma dúvida sobre o tema abordado, deixe uma mensagem!

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