As ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) podem ser tão perigosas quanto incômodas, já que não apenas comprometem a saúde geral dos indivíduos, causando sintomas desconfortáveis e aumentando o risco de outras complicações, como também podem ter consequências a longo prazo, especialmente no que diz respeito à fertilidade.
Isso significa que, para muitos casais, o desejo de formar uma família pode ser ameaçado por essas doenças, especialmente quando não tratadas a tempo ou adequadamente.
Entre essas, a clamídia se destaca como uma das infecções que pode causar danos devastadores ao sistema reprodutivo se não diagnosticada e tratada em tempo hábil, o que é dificultado ainda pelo fato de que a doença pode evoluir silenciosamente.
Convidamos você a continuar lendo este artigo para entender melhor como a clamídia pode afetar sua saúde reprodutiva e o que pode ser feito para prevenir e tratar essa infecção.
O que é clamídia?
A clamídia é uma IST causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que se destaca como uma das mais prevalentes em todo o mundo, afetando tanto homens quanto mulheres.
Sua disseminação ocorre principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas, sejam elas vaginais, anais ou orais. Por isso, o uso de preservativos de barreira – como as camisinhas femininas e masculinas – é a principal medida para reduzir o risco de contágio.
Além da transmissão sexual, a clamídia também pode ser passada de mãe para filho durante o parto, caso a mãe esteja infectada. Nesse contexto, a infecção pode causar complicações sérias para o recém-nascido, como conjuntivite neonatal ou pneumonia.
É importante lembrar que a clamídia não pode ser contraída através do uso de banheiros públicos, piscinas ou beijos, desmistificando algumas crenças populares sobre as formas de transmissão.
Sintomas da clamídia
A clamídia é uma infecção que muitas vezes não apresenta sintomas, dificultando o diagnóstico e permitindo que a doença progrida sem ser tratada. Quando os sintomas aparecem, eles variam entre homens e mulheres.
Nas mulheres, os sintomas comuns incluem corrimento vaginal, dor ao urinar e coceira vaginal. Se não tratada, a infecção pode evoluir para complicações graves, como a DIP (doença inflamatória pélvica), que pode causar infertilidade.
Nos homens, a clamídia costuma causar dor ao urinar e corrimento uretral, além de outras condições graves como epididimite e prostatite, além também de poder afetar a fertilidade masculina.
Diagnóstico da clamídia
O diagnóstico da clamídia pode ser desafiador, principalmente porque a infecção muitas vezes se desenvolve sem apresentar sintomas visíveis, exigindo que se utilizem exames laboratoriais específicos para identificar a presença da bactéria.
Esses exames costumam ser acompanhado de uma avaliação clínica detalhada dos sintomas e uma análise cuidadosa do histórico médico do paciente e podem ser complementados por exames de imagem – como ultrassom transvaginal e testicular –, para direcionar o diagnóstico com maior precisão.
Como a clamídia pode reduzir as chances de engravidar?
A clamídia pode ter um impacto significativo na fertilidade tanto de mulheres quanto de homens, embora de maneiras diferentes.
Nas mulheres, a clamídia pode levar a complicações graves, como a DIP que oferece risco de obstrução das tubas uterinas, impedindo que os espermatozoides alcancem o óvulo ou que o embrião seja transportado para o útero.
Nos homens, a clamídia pode afetar a fertilidade principalmente através da inflamação dos órgãos genitais associada a danos à espermatogênese e risco de obstrução dos canais que conduzem o sêmen, pela formação de cicatrizes que impedem o fluxo de espermatozoides.
Clamídia tem tratamento?
Embora o diagnóstico da clamídia possa ser desafiador devido à falta de sintomas em muitos casos, o tratamento dessa infecção é relativamente simples e eficaz, se feito de forma precoce.
A principal abordagem terapêutica envolve o uso de antibióticos específicos para eliminar a bactéria Chlamydia trachomatis do organismo.
No entanto, para garantir que o tratamento seja realmente eficaz e evitar a reinfecção, é fundamental que não apenas o paciente diagnosticado seja tratado, mas também todos os seus parceiros sexuais, já que existe o risco de a infecção persistir e ser transmitida novamente, criando um ciclo de infecção contínuo.
Em caso de infertilidade por clamídia, a reprodução assistida pode ser indicada
Quando a clamídia causa infertilidade, a reprodução assistida pode ser a principal solução para casais que desejam ter filhos. Especialmente se não tratada adequadamente, a infecção pode provocar danos graves como a obstrução das tubas e problemas na qualidade do esperma – fatores essenciais na escolha da melhor técnica de reprodução assistida.
Nesse sentido, a FIV (fertilização in vitro) é um dos tratamentos mais abrangentes e eficazes para lidar com a infertilidade causada pela clamídia, porque envolve a coleta de óvulos e espermatozoides – inclusive por recuperação espermática –, com a fertilização desses óvulos fora do corpo, em laboratório, e a posterior transferência dos embriões resultantes diretamente para o útero da mulher.
Esse método contorna problemas como a obstrução tubária e a má qualidade do esperma: se as tubas estão obstruídas devido a danos inflamatórios, a FIV promove a fecundação e deposita os embriões direto no útero; se existem problemas relacionados à qualidade do esperma, a recuperação espermática e o preparo seminal selecionam os melhores espermatozoides e, em alguns casos, podem ser extraídos diretamente dos testículos e epidídimos.
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