A dor pélvica, especialmente quando se manifesta como um sintoma crônico, é um dos principais motivos que levam as mulheres aos consultórios ginecológicos. Pode ter diferentes causas — endometriose, mioma, infecções genitais, disfunções urogenitais e anorretais etc. Algumas dessas condições também estão associadas à infertilidade feminina.
A região pélvica é a parte do corpo situada abaixo do abdômen. Nessa área, estão localizados os órgãos que participam das funções sexuais e reprodutivas, bem como as estruturas que fazem parte dos sistemas urinário e intestinal.
Na parte superior, a cavidade pélvica se abre de forma contínua à cavidade abdominal. Na área inferior, é fechada pelo assoalho pélvico — é justamente nessa parte, chamada de pelve menor, que estão os órgãos reprodutores e o períneo.
Leia as informações que reunimos neste post para compreender o que é dor pélvica, quais são as possíveis causas e como tratar a infertilidade muitas vezes associada!
O que é dor pélvica?
A dor pélvica é um sintoma que pode ser agudo ou crônico. É decorrente de diversas alterações nos órgãos da pelve. Por vezes, é uma condição debilitante e com impacto significativo na produtividade e na qualidade de vida da mulher.
É válido mencionar que os homens também podem apresentar dor pélvica. É um sintoma comum, por exemplo, em casos de doenças infecciosas e inflamatórias como a prostatite. No entanto, neste post, damos enfoque à dor pélvica feminina.
Essa dor é percebida como um desconforto na parte baixa do abdômen, na área entre os quadris. Se a mulher pretende engravidar, o sintoma deve servir de alerta, visto que pode ser indício de alguma patologia no sistema reprodutor.
Contudo, nem sempre a dor na pelve é sinal de doenças. Bexiga cheia e intestino preso são exemplos de condições não patológicas que podem causar incômodo na região pélvica. Apesar disso, a atenção ao sintoma é fundamental, sobretudo quando é uma manifestação persistente.
Quando crônica, a dor pélvica é semelhante à cólica menstrual, mas ocorre de forma acíclica por pelo menos seis meses, isto é, pode aparecer em qualquer período do mês, e não somente durante a menstruação.
Dependendo da causa, podem surgir outros sintomas concomitantes, como dor durante as relações sexuais, sangramento fora de época, corrimento vaginal com coloração e odor anormais e até febre e mal-estar.
A dor pélvica costuma ser intensa o suficiente para afetar o desempenho da portadora em suas atividades habituais, necessitando de tratamento medicamentoso ou cirúrgico, conforme a causa identificada.
Qual é a relação da dor pélvica com a infertilidade?
Como a dor pélvica é decorrente de alterações nos órgãos da pelve, é bastante possível que exista algum processo patológico nos órgãos reprodutores, o que sugere a relação com a infertilidade feminina.
Por exemplo, a dor pode indicar inflamação no endométrio, parte interna do útero. A condição é chamada de endometrite e afeta a receptividade uterina, dificultando a implantação de um embrião. Da mesma forma, a inflamação nas tubas uterinas (salpingite), resultante de infecções genitais, quando agravada provoca um quadro de hidrossalpinge, que afeta a permeabilidade das tubas, causando obstrução e infertilidade.
A dor pélvica também é sintoma de endometriose, uma das grandes causas de infertilidade feminina. Ainda, várias outras doenças ginecológicas — estruturais ou inflamatórias — provocam esse sintoma e tem relação direta com prejuízos nas funções reprodutivas.
Quais são as causas de dor pélvica?
Acima, já relacionamos algumas das causas de dor pélvica que estão associadas à infertilidade. Entretanto, a lista de fatores etiológicos é bem mais ampla e inclui alterações ginecológicas, urinárias, intestinais, musculoesqueléticas, neurológicas e psicológicas.
Quanto às causas ginecológicas, a dor pélvica aguda pode resultar de:
- doença inflamatória pélvica (DIP);
- torção de mioma pediculado;
- torção ovariana;
- ruptura de endometrioma (cisto ovariano causado pela endometriose);
- ruptura de gravidez ectópica;
- abscesso tubo-ovariano;
- mau posicionamento de dispositivos intrauterinos (DIU).
Já as principais causas ginecológicas de dor pélvica crônica incluem:
- endometriose;
- adenomiose;
- mioma;
- aderências pélvicas;
- cistos ovarianos;
- salpingite e endometrite crônicas;
- síndrome de congestão venosa pélvica.
Quando buscar tratamento para a infertilidade?
Quando a dor pélvica tem relação com doenças que causam infertilidade, o acompanhamento de especialistas em reprodução humana é importante para aumentar as chances de gravidez.
As técnicas de reprodução assistida são indicadas para uma série de fatores de infertilidade feminina e masculina. Cada caso é avaliado com base em seus aspectos individuais para que seja feita a escolha da técnica mais apropriada.
Alterações leves como os distúrbios ovulatórios podem ser contornadas com indução da ovulação associada à relação sexual programada, que são classificadas como técnicas de baixa complexidade.
Para pacientes com dor pélvica, como normalmente há relação com condições mais graves — como endometriose avançada, doenças uterinas e complicações tubárias — a fertilização in vitro (FIV) é a melhor escolha de tratamento. Trata-se de uma técnica mais complexa e com altas taxas de sucesso, que controla várias etapas do processo reprodutivo em laboratório.
Acompanhe mais um texto e veja outras informações sobre as causas de infertilidade feminina!