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O que é prolactina?

Por Equipe Origen

Publicado em 07/02/2022

A maior parte das funções fisiológicas do corpo humano é controlada pela ação dos hormônios, substâncias químicas produzidas por glândulas que compõem o sistema endócrino. Funcionam como mensageiros e sinalizadores.

A produção dos hormônios acontece em glândulas como a tireoide, ovários, testículos ou adrenais, e em algumas estruturas do sistema nervoso central, como a hipófise e o hipotálamo.

Muitos hormônios atuam no controle ‒ inibição ou estimulação ‒ da secreção de outros, além de substâncias diversas, como ácido clorídrico, no estômago, e ações fisiológicas propriamente ditas, como a ovulação.

Alguns hormônios são produzidos, ainda, em situações especiais, como o cortisol, em momentos de estresse, e os hormônios da gestação, entre eles a prolactina.

O texto a seguir aborda os principais aspectos da prolactina na saúde reprodutiva da mulher, incluindo a gestação e alterações que interferem na dinâmica deste hormônio. Boa leitura!

A prolactina é um hormônio produzido no cérebro

A prolactina é um hormônio produzido no cérebro, mais especificamente pelos lactotrofos, células localizadas na hipófise. Assim como acontece com as gonadotrofinas, a regulação da produção de prolactina é feita pelo hipotálamo.

A prolactina é produzida no corpo da mulher desde a puberdade, em concentrações bastante baixas, suficientes apenas para estimular o desenvolvimento mamário e em algumas situações no ciclo reprodutivo.

Seu papel mais importante, no entanto, acontece após a gestação, quando esse hormônio é central nos processos envolvendo o aleitamento materno.

Os dois principais inibidores da produção de prolactina são a somatostatina e os estrogênios em geral. Com a saída da placenta no momento do parto, ocorre uma queda brusca em diversos hormônios, incluindo esses inibidores.

Por isso, a produção de prolactina é disparada nas primeiras horas após o nascimento do bebê. Outras substâncias também ganham espaço no corpo da mulher e estão relacionadas à amamentação, como a ocitocina, induzida pela sucção dos mamilos e responsável pela ejeção do leite.

Fora do período gestacional, a prolactina também é produzida pelo corpo da mulher e, em menor concentração, nos homens, influenciada ainda pelo ciclo circadiano, ou seja, a alternância de períodos de sono e vigília, de acordo com o dia e a noite.

Conheça as funções da prolactina

A principal função da prolactina é observada, no entanto, durante a gestação, e consiste basicamente em estimular a produção de leite materno, um conjunto de substâncias altamente nutritivas e fundamentais para o bom desenvolvimento do bebê em seus primeiros meses de vida.

Para isso, exerce funções diferentes em duas etapas principais do processo de produção e saída do leite materno: a fase I, ou diferenciação secretória, e a fase II, ou ativação secretória.

Na fase I, que acontece ainda durante as últimas 12 semanas que antecedem o parto, a prolactina, associada a outros hormônios como o estrogênio e a progesterona, prepara as mamas para iniciar a produção de substâncias nutritivas, estimulando a multiplicação de alguns tecidos mamários e seu amadurecimento.

Nessa etapa, ainda é produzida em quantidades menores se comparada à fase II, aumentando a rede de alvéolos mamários e o tamanho das mamas.

Na fase II, que pode começar nos primeiros 10 dias após o parto, a produção aumenta consideravelmente, especialmente estimulada pela ação da ocitocina e a sucção dos mamilos pelo bebê.

É comum que essa produção diminua durante o aleitamento, porém de forma gradual, finalizando o período de amamentação.

Alterações na prolactina: como identificá-las?

As principais alterações da prolactina têm origens fisiológicas, como a presença de uma gestação em curso; farmacológicas, como resultado da atuação de alguns medicamentos, entre eles tipos específicos de antidepressivos ou ansiolíticos que atuam sobre a dopamina, e patológicas, como tumores.

Em geral, essas alterações se expressam como quadros de hiperprolactinemia, ou seja, pelo aumento significativo da produção e liberação da prolactina hipofisária. Um dos reflexos do aumento da prolactina ativa circulante é a inibição do GnRH, hormônio liberador de gonadotrofinas, assim, a anovulação é um dos sintomas mais frequentes da hiperprolactinemia.

A mulher também pode apresentar amenorreia (ausência de sangue menstrual) associada a anovulação, aumento das mamas e secreções mamárias.

No puerpério, período que sucede o final da gestação e o parto, o aumento da prolactina produz o leite materno, porém fora dessa situação, as secreções mamárias podem ser incômodas e inadequadas.

Prolactina e infertilidade

Como mencionamos, a anovulação é uma das possíveis consequências do aumento na concentração de prolactina ativa no corpo da mulher, já que esse hormônio atua inibindo parte do ciclo menstrual, agindo sobre o GnRH.

No quadro de anovulação consequente da hiperprolactinemia, a ausência das gonadotrofinas faz com que os processos de recrutamento e amadurecimento folicular, que precedem a ovulação, não aconteçam.

Como não há produção de estrogênio em função da ausência de gonadotrofinas, tampouco de progesterona já que a ovulação e, consequentemente, a formação do corpo lúteo não acontecem, o útero também não passa pelo processo de preparo endometrial.

Assim, a mulher com hiperprolactinemia pode não ovular, sendo, por isso, diagnosticada com infertilidade feminina.

Nesses casos, além dos tratamentos medicamentosos para o equilíbrio da prolactina, a mulher pode receber indicação para reprodução assistida, caso exista desejo reprodutivo.

Todas as técnicas podem ser adequadas para os casais em que há infertilidade feminina por alterações nesse hormônio, já que a estimulação ovariana é uma etapa comum às três principais: FIV (fertilização in vitro), IA (inseminação artificial) e RSP (relação sexual programada).

Ainda restam dúvidas sobre este assunto? Envie nos comentários a seguir e teremos muito prazer em respondê-las!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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