O que é síndrome do X frágil?

Por Equipe Origen

Publicado em 26/09/2025

A medicina reprodutiva apresenta alternativas para casais com diferentes condições de infertilidade. Nesse campo, também é possível que pessoas com síndromes hereditárias ou histórico familiar de doenças genéticas tenham filhos com mais segurança, prevenindo a transmissão de genes alterados.

Entre as condições que merecem atenção está a síndrome do X frágil, que pode afetar a fertilidade ou o desenvolvimento neurológico de quem a herda. Nesses casos, a fertilização in vitro (FIV), com o apoio de testes genéticos especializados, é um dos caminhos mais seguros para uma gestação saudável. 

Entenda, com a leitura deste artigo, o que é a síndrome do X frágil, como ela está relacionada à infertilidade feminina e qual é o papel da FIV na prevenção da transmissão dessa condição genética!

O que é síndrome do X frágil?

A síndrome do X frágil decorre de uma alteração genética causada por uma mutação no gene FMR1, localizado no cromossomo sexual X. A presença desse gene alterado afeta a produção de uma proteína essencial para o desenvolvimento normal do cérebro e do sistema nervoso.

Quando o gene FMR1 apresenta uma repetição anormal de trinucleotídeos (CGG), pode resultar em pré-mutação ou mutação completa:

  • entre 55 e 200 repetições, trata-se da pré-mutação do X frágil, que pode não causar sintomas evidentes, mas tem o risco de ser transmitida para as futuras gerações em forma de mutação completa;
  • quando há mais de 200 repetições, ocorre a mutação completa, levando ao surgimento da síndrome do X frágil.

Essa síndrome pode afetar homens e mulheres, mas se manifesta de forma mais grave no sexo masculino devido à presença de apenas um cromossomo X. Os meninos que nascem com essa alteração genética podem apresentar sintomas físicos, comportamentais e intelectuais — alguns evidenciam deficiência intelectual severa.

Por que essa síndrome pode causar infertilidade feminina?

Mulheres portadoras da pré-mutação do gene FMR1 têm um risco aumentado de desenvolver insuficiência ovariana primária (IOP), condição caracterizada por interrupção das funções dos ovários antes dos 40 anos.

Com a função ovariana prejudicada, as mulheres param de ovular, além de apresentarem baixos níveis de estrogênio, hormônio essencial para o funcionamento do organismo feminino. Com isso, as chances de gravidez natural cessam — muitas vezes, em mulheres jovens (com menos de 35 anos) e que ainda não tiveram oportunidade de realizar seus planos de gravidez.

Como os aspectos genéticos são avaliados na reprodução assistida?

Pessoas diagnosticadas com a síndrome do X frágil, ou que sabem da presença da pré-mutação ou da mutação completa em sua história familiar, têm a possibilidade de buscar a reprodução assistida como forma de evitar a transmissão da doença para os filhos. 

Com a fertilização in vitro (FIV) complementada pelo teste genético pré-implantacional (PGT), os embriões formados em laboratório passam por análise genética antes de serem transferidos para o útero. Dessa forma, é possível selecionar aqueles que não carregam a mutação gênica.

Os exames e testes genéticos têm importante papel nos tratamentos de reprodução assistida. Veja quais podem ser realizados:

Cariótipo com banda G 

O exame do cariótipo analisa a quantidade e a estrutura dos cromossomos do casal. Pode detectar, por exemplo, translocações, deleções ou duplicações que, mesmo não causando alterações evidentes nos indivíduos, aumentem o risco de problemas reprodutivos ou geração de descendentes com alterações genéticas.

Esse exame pode ser indicado durante a investigação da infertilidade conjugal. Caso apresente resultados alterados, o casal pode passar por aconselhamento genético. Além disso, a FIV com PGT é uma importante indicação quando alterações são encontradas no cariótipo. 

Sequenciamento do exoma

O exoma analisa todos os exons, regiões codificadoras dos genes, onde estão concentradas a maioria das mutações responsáveis por doenças hereditárias. Não é rotineiramente solicitado, mas pode ser útil em situações específicas, como histórico familiar de doenças genéticas, abortamento de repetição, idade materna avançada ou quando há consanguinidade entre os parceiros. A pesquisa especifica do gene FMR1 deve ser realizada anteriormente ao exoma.

Teste genético pré-implantacional (PGT) 

O PGT é realizado somente no contexto da FIV e é o único teste que pode ajudar a prevenir a transmissão de alterações genéticas para os filhos. Ele é feito a partir da biópsia dos embriões enquanto eles ainda estão em período de cultivo em incubadora, antes da transferência para o útero. 

Há três tipos de PGT: 

  • o PGT-A rastreia aneuploidias (alterações no número de cromossomos), que podem ocasionar falha de implantação, abortamento ou desenvolvimento de síndrome cromossômica, como a síndrome de Down;
  • o PGT-M faz a pesquisa de mutações em genes específicos, as quais levam a doenças monogênicas, como a síndrome do X frágil, a fibrose cística, entre outras;
  • o PGT-SR investiga rearranjos estruturais dos cromossomos.

A análise genética tem grande relevância na etapa de seleção de embriões na FIV, pois permite escolher os mais saudáveis, com potencial de implantação e chances de uma gravidez bem-sucedida.

O acompanhamento com um especialista em medicina reprodutiva e o aconselhamento genético são fundamentais para orientar o casal em todas as etapas. Por isso também a importância de se realizar os exames genéticos durante a avaliação da fertilidade do casal.

Mais uma alternativa interessante no campo da reprodução assistida é que, quando identificada precocemente, a pré-mutação do X frágil pode acelerar a decisão por preservar a fertilidade com o congelamento dos óvulos que ainda estão disponíveis. Isso é extremamente relevante para mulheres com risco de menopausa precoce.

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