Oligozoospermia e reprodução assistida

Por Equipe Origen

Publicado em 14/08/2025

A fertilidade masculina está relacionada à produção e à liberação de espermatozoides. É preciso que eles sejam liberados com o sêmen em boa quantidade e contendo a qualidade adequada para migrar pelo trato reprodutivo feminino e chegar até as tubas uterinas da mulher para fertilizar um óvulo. Entretanto, determinadas alterações espermáticas, como a oligozoospermia, dificultam esse processo natural de concepção.

Antes de prosseguir com o artigo e explicar o que significa oligozoospermia, vamos recordar que, embora algumas pessoas confundam os termos, sêmen e espermatozoides são diferentes. O sêmen ou esperma é o fluído que o homem libera ao ejacular, enquanto os espermatozoides são células reprodutivas que somente podem ser vistas com análise microscópica.

Uma pequena parte do sêmen pode conter milhões de espermatozoides, mas a maior fração do ejaculado é composta por fluídos das vesículas seminais e da próstata, que são as glândulas sexuais acessórias. Essas secreções são importantes para nutrir e proteger os gametas, enquanto eles cumprem seu trajeto pelo trato reprodutivo feminino.

Neste artigo, vamos explicar o que é oligozoospermia, como é feito o diagnóstico, sua relação com a infertilidade e as opções da reprodução assistida para esses casos. Entenda!

O que é oligozoospermia?

A oligozoospermia é uma alteração seminal caracterizada pela baixa concentração de espermatozoides no sêmen. De acordo com os parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a contagem normal de gametas deve ser igual ou superior a 15 milhões por ml de sêmen. Quando esse número é inferior, o diagnóstico de oligozoospermia é estabelecido.

O mesmo homem pode apresentar outras alterações seminais além da oligozoospermia, por exemplo: astenozoospermia, quando há baixa motilidade espermática; teratozoospermia, quando uma grande quantidade dos espermatozoides apresenta morfologia anormal.

Outra condição similar à oligozoospermia, mas ainda mais grave, é a azoospermia, que se refere à ausência de espermatozoides no sêmen. Nesses casos, não significa necessariamente que não há produção espermática, mas os gametas podem ser impedidos de chegar ao fluído seminal devido a barreiras no trato reprodutivo.

Como é feito o diagnóstico de oligozoospermia?

Dificilmente, o homem poderá suspeitar de que tem oligozoospermia ou outra alteração espermática, pois essas condições não são sintomáticas — exceto nos casos em que cursam com infecção ativa ou outra doença genital. Sendo assim, a principal ferramenta para detectar problemas relacionados à concentração e à qualidade dos espermatozoides é o espermograma.

Esse exame avalia a concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides presentes no sêmen, além das características macroscópicas do esperma, como volume ejaculado, pH e coloração.

O espermograma deve ser realizado em laboratório especializado e, preferencialmente, com duas ou mais amostras de sêmen colhidas em dias diferentes para garantir a precisão das análises, já que fatores temporários podem influenciar os resultados, e a produção de espermatozoides é extremamente variável no mesmo indivíduo.

Contudo, o espermograma não fornece o diagnóstico das causas das alterações seminais. Sendo assim, caso seja detectada a oligozoospermia, exames complementares podem ser solicitados para investigar as possíveis causas, como:

  • dosagens hormonais, para verificar os níveis de testosterona e outros hormônios relacionados à produção espermática; 
  • ultrassonografia da bolsa testicular, para avaliar a presença de varicocele, obstruções ou outras anomalias;
  • teste genético, para identificar alterações cromossômicas ou gênicas que possam afetar a produção de espermatozoides.

Qual é a relação entre oligozoospermia e infertilidade?

A oligozoospermia pode dificultar a concepção porque a baixa quantidade de espermatozoides reduz as chances de um deles alcançar e fertilizar o óvulo. Quanto mais grave for a condição, menor será a probabilidade de gravidez por meios naturais.

Entenda: mais de 50 milhões de espermatozoides podem entrar no corpo da mulher por meio da relação sexual, mas a maioria deles fica pelo caminho na corrida até as tubas uterinas. Ocorre uma seleção natural e somente os gametas mais capacitados, aqueles com boa morfologia e motilidade progressiva, conseguem chegar ao local da fertilização. 

Ou seja, dos vários milhões de espermatozoides que entram no corpo feminino, somente poucas centenas deles alcançam as tubas uterinas. Sendo assim, a quantidade reduzida de gametas diminui ainda mais as chances de que alguns deles encontrem o óvulo.

Algumas causas da oligozoospermia são reversíveis e podem ser tratadas para melhorar a contagem espermática, como:

  • varicocele, que é a dilatação das veias testiculares, que pode ser corrigida cirurgicamente após a avaliação cuidadosa com o andrologista das chances de sucesso de cada caso; 
  • desequilíbrios hormonais, que podem ser tratados com reposição hormonal ou mudanças no estilo de vida;
  • infecções genitais, que podem ser solucionadas com antibióticos; 
  • fatores ambientais e hábitos de vida, como obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool, também podem ser modificados para melhorar a fertilidade. 

Contudo, em determinados casos, a oligozoospermia não tem uma causa específica ou não pode ser revertida. Nessas situações, a reprodução assistida é a melhor alternativa para alcançar a gravidez.

Como a reprodução assistida pode ajudar?

A principal técnica para superar fatores complexos de infertilidade masculina moderada e grave é a fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI). Nesse tipo de tratamento, os óvulos da mulher são coletados e fertilizados em laboratório. 

A ICSI possibilita que um único espermatozoide seja injetado dentro de um óvulo de cada vez, de modo que existem elevadas chances de fecundação, mesmo com baixa quantidade de espermatozoides disponíveis, que é o caso da oligozoospermia.

Se a oligozoospermia estiver associada a um declínio progressivo da função testicular, o congelamento de sêmen pode ser recomendado para preservar a fertilidade masculina. Assim, os espermatozoides podem ser armazenados para futuros tratamentos de reprodução assistida.

Nos casos de oligozoospermia grave, também é possível tentar recuperar uma quantidade suficiente de espermatozoides com as técnicas TESE, Micro-TESE, PESA e MESA, que permitem a coleta dos gametas que ainda estão nos órgãos reprodutores: nos testículos, onde são produzidos, ou nos epidídimos, onde ficam armazenados antes da liberação. 

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