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Ooforite ou ovarite: o que é e como é feito o diagnóstico?

Por Equipe Origen

Publicado em 16/08/2024

O sistema reprodutor feminino pode ter suas funções prejudicadas por diversas doenças, uma delas é a ooforite ou ovarite. Embora não seja tão comum quanto outras condições que afetam o funcionamento ovariano, como a conhecida síndrome dos ovários policísticos (SOP), a ooforite é uma patologia que requer tratamento, caso contrário pode resultar em infertilidade e outras complicações.

Os ovários são órgãos de importância ímpar no trato reprodutivo feminino, pois são eles que liberam os óvulos, células que dão origem ao embrião — e, futuramente, a um novo ser humano — se forem fertilizadas pelos espermatozoides.

Com as extremidades bem próximas aos ovários, estão as tubas uterinas, que recolhem o óvulo e o levam para ser fertilizado. Após a fecundação, esse óvulo é transportado para a cavidade do útero, onde ocorre a implantação do embrião e a gravidez.

Ovários, tubas uterinas e útero são os órgãos do trato reprodutivo superior, responsáveis pelos processos de ovulação, fertilização e gestação. No trato genital inferior da mulher, estão o colo do útero, a vagina e a vulva, que também participam da função sexual e do trabalho de parto.

Neste artigo, vamos dar destaque aos ovários e à ovarite, doença que pode afetá-los. Continue a ler para entender!

Quais são as funções dos ovários?

Os ovários são as gônadas femininas, cumprem no corpo da mulher as mesmas funções que os testículos cumprem no corpo dos homens: o desenvolvimento das células reprodutivas e a secreção de hormônios esteroides sexuais.

O processo de desenvolvimento folicular e ovulação é desencadeado pelo estímulo dos hormônios que são liberados pela glândula hipófise, situada no cérebro. Assim, na primeira fase do ciclo menstrual, um grupo de folículos ovarianos começa a crescer e um deles chega ao estágio de ovular. Então, esse folículo se rompe, cerca de duas semanas após o início da menstruação, e libera um óvulo.

Após se romper, o folículo ovariano se torna uma estrutura produtora de hormônios, chamada corpo-lúteo. O estrogênio e a progesterona são substâncias fundamentais para preparar a camada interna do útero (endométrio) para a gravidez. Além disso, os hormônios ovarianos são importantes para o desenvolvimento das características típicas do corpo feminino, entre outras funções do organismo, como a manutenção da saúde óssea.

O que é ooforite ou ovarite?

A ooforite é uma inflamação em um ou ambos os ovários, geralmente desencadeada pela ação de bactérias. Outra causa possível de ovarite, embora menos comum que a doença infecciosa, é uma disfunção autoimune.

As bactérias que causam a ooforite podem vir do sistema gastrintestinal ou por meio de relações sexuais sem preservativos. Clamídia e gonorreia estão entre as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais associadas aos processos inflamatórios agudos nos órgãos do trato genital — tanto na mulher quanto no homem.

Raramente, a ovarite é uma condição isolada, a menos que seja causada por distúrbio autoimune. Quando resulta de infecção bacteriana, essa patologia pode fazer parte de um quadro de doença inflamatória pélvica (DIP).

Inflamações simultâneas nos órgãos pélvicos caracterizam a DIP, incluindo:

  • cervicite (no colo do útero);
  • endometrite (no endométrio, camada interna do útero);
  • salpingite (nas tubas uterinas);
  • peritonite (no peritônio pélvico).

Os sintomas da ooforite podem ser confundidos com os de outras doenças ginecológicas, principalmente quando há outro processo inflamatório da DIP presente, os quais incluem:

  • dor no baixo abdome;
  • dor pélvica;
  • dor na relação sexual;
  • sangramento vaginal irregular;
  • corrimento anormal;
  • febre na fase aguda da doença;
  • dificuldade para engravidar.

Como é feito o diagnóstico?

O percurso da avaliação diagnóstica da ovarite e das demais doenças ginecológicas começa com a anamnese (entrevista clínica) e o exame físico. Em seguida, o médico pode solicitar exames laboratoriais e de imagem para confirmar a suspeita.

Os exames laboratoriais incluem análises de sangue, urina e secreção cervical, se houver. Por meio deles, é possível detectar inflamações e identificar patógenos infecciosos. A técnica de imagem mais realizada para avaliar os órgãos reprodutores da mulher é a ultrassonografia pélvica.

Quando há suspeita de que a ooforite seja uma extensão da salpingite, também é indicado o exame de histerossalpingografia, que avalia a permeabilidade das tubas uterinas. Da mesma forma, se houver suspeita de endometrite, a paciente pode receber indicação para a histeroscopia ambulatorial com biópsia do endométrio.

Por fim, a videolaparoscopia tem valor para o diagnóstico diferencial de condições como tumores e cistos nos ovários, gravidez ectópica, apendicite, entre outras.

Como tratar a ooforite?

O tratamento da ovarite é feito com medicações antibióticas e anti-inflamatórias. Casos mais graves precisam ser tratados em ambiente hospitalar, por exemplo, quando há risco de infecção generalizada.

Se necessário, a ooforite também requer tratamento cirúrgico (ooforectomia), normalmente por videolaparoscopia, para retirar o ovário que sofreu danos. Se a doença for bilateral e demandar a retirada de ambos os ovários, a paciente entra na condição de falência ovariana prematura, não pode mais engravidar naturalmente e pode precisar de reposição hormonal.

Além disso, se a ooforite estiver associada à DIP e a mulher apresentar outras sequelas, como endometrite crônica e obstrução das tubas uterinas por hidrossalpinge, há fatores concomitantes de infertilidade que precisam ser superados, caso exista a intenção de engravidar.

Na reprodução assistida, a opção de tratamento para mulheres com fatores graves de infertilidade é a fertilização in vitro (FIV). Se houver comprometimento irreversível da reserva ovariana, principalmente devido à ooforectomia bilateral, indica-se a FIV com ovodoação (doação de óvulos).

No texto principal sobre ooforite, você encontrará mais informações. Leia e confira!

Importante

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