A mulher nasce com todos os óvulos que irá utilizar durante a vida. Não existe produção e por isso não existe renovação. Assim, a quantidade de folículos no organismo feminino diminui conforme a idade avança, até a chegada da menopausa, quando já não há mais nenhum.
Dentro de cada folículo tem um óvulo, e os folículos ficam nos ovários. Em alguns casos, pode haver uma diminuição da quantidade ou mesmo um esgotamento total. Isso acontece em casos de tratamentos com quimioterapia, radioterapia ou cirurgia para retirada dos ovários. Nesses casos, se a mulher quiser engravidar, deve recorrer à ovodoação.
Leia o texto e conheça mais sobre como acontece a ovodoação em ciclos de FIV (fertilização in vitro).
Infertilidade por fatores ovarianos
Doenças e distúrbios hormonais que afetem os ovários, por exemplo a síndrome dos ovários policísticos (SOP), são caracterizadas pela ausência de ovulação. O desenvolvimento e a ruptura dos folículos sofrem alteração e o oócito não é liberado, caracterizando a anovulação.
Há também mulheres que, no desenvolvimento do tratamento de doenças, têm seus ovários retirados e, portanto, não têm mais folículos/óvulos. Algumas mulheres também sofrem de menopausa precoce, condição na qual a menopausa ocorre antes da idade e, dessa forma, também não têm mais óvulos.
O que é ovodoação e regras
A ovodoação é uma técnica importante para a fertilização in vitro (FIV), uma vez que permite que mulheres que não têm mais óvulos tenham a possiblidade de ter filhos.
Esse procedimento é utilizado no Brasil e consiste na doação de gametas femininos, óvulos, de uma paciente à outra. O funcionamento da ovodoação é regulado pela resolução 2168/2017 do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Essa resolução visa adotar normas éticas para a realização das técnicas de reprodução assistida no Brasil ao observar princípios éticos e bioéticos que trazem tanto segurança quanto eficácia para esses procedimentos.
De acordo com a resolução, a doação de oócitos não pode ter caráter lucrativo ou comercial.
A resolução também determina que tal doação deve ser feita anonimamente, de modo que os doadores não saibam a identidade dos receptores e vice-versa. No caso das mulheres, a idade máxima para a doação de gametas é de 35 anos.
Como é feita a doação?
A doação pode ser feita de modo voluntário ou compartilhado. A doação em si funciona da mesma forma, independentemente de ser voluntária ou compartilhada. A doadora é submetida à estimulação ovariana, etapa na qual são administrados medicamentos hormonais que visam estimular o ovário a desenvolver mais do que um folículo durante a ovulação.
Esses folículos são então aspirados na etapa que recebe o nome de punção. Esse procedimento dura cerca de 10 minutos e é feito sob sedação. Para sua realização, é utilizada uma agulha guiada por ultrassonografia transvaginal.
Indicações
A ovodoação é indicada durante os procedimentos de reprodução assistida realizados em mulheres que não tenham mais óvulos ou que a reserva seja insuficiente para que haja uma estimulação.
Os casais homoafetivos masculinos também precisam obrigatoriamente recorrer à doação óvulos para conseguir ter um filho.
Como ocorre a ovodoação na FIV
A ovodoação no contexto da FIV é também regulamentada pela resolução 2168/2017, seguindo as mesmas regras. Dessa forma, a receptora não deve passar pelas etapas de estimulação e punção ovariana, uma vez que os gametas femininos utilizados no procedimento serão provenientes de uma doadora.
Esses gametas são colocados em contato com os gametas masculinos em meio laboratorial para que a fecundação ocorra. Então, o embrião gerado é transferido para o útero da receptora após o preparo endometrial.
A ovodoação é uma importante técnica que tem auxiliado mulheres com alterações ovulatórias graves e outros distúrbios a realizar o sonho de serem mães. Sua realização é regulamentada por regras estabelecidas pelo CFM, visando à ética no procedimento.