A infertilidade é caracterizada pela ausência de gravidez após 12 meses de tentativas regulares e sem uso de métodos contraceptivos até os 35 anos da mulher. Este tempo diminui para 6 meses após essa idade. É uma condição que tem impactos físicos, emocionais e sociais na vida daqueles que desejam ter um filho. Diante da dificuldade de engravidar, é importante que o casal busque ajuda de um especialista em medicina reprodutiva para realizar uma investigação da infertilidade personalizada.
A avaliação do casal tem como objetivo identificar as causas que impedem a gravidez e, com base nos resultados, orientar sobre as melhores opções terapêuticas. Nas últimas décadas, a medicina reprodutiva tem avançado significativamente, e a personalização da investigação da infertilidade desponta como um diferencial importante para aumentar as taxas de sucesso dos tratamentos.
Leia o texto completo e entenda a importância de personalizar a investigação da infertilidade!
O que significa personalização da investigação da infertilidade?
A personalização da investigação da infertilidade significa que cada casal deve ser avaliado de forma individualizada, considerando suas necessidades, histórico médico, estilo de vida, entre outros aspectos.
Embora alguns exames sejam comumente solicitados para a maioria dos casais na fase inicial da avaliação, como a ultrassonografia pélvica e o espermograma, há ferramentas diagnósticas específicas que são indicadas conforme as suspeitas médicas.
A personalização começa com uma consulta detalhada, na qual o médico investiga o casal sobre seu histórico clínico e reprodutivo, hábitos de vida e expectativas em relação ao tratamento. Essa conversa franca e aberta permite que o médico conheça o casal, além de favorecer o estabelecimento de um ambiente de confiança e empatia.
Em seguida, são solicitados exames para investigar as possíveis causas da infertilidade, tanto para o homem quanto para a mulher. Esses exames são escolhidos de acordo com as hipóteses levantadas na consulta inicial, e podem incluir:
- espermograma — exame masculino que analisa a qualidade do sêmen, considerando características como concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides;
- ultrassonografia pélvica transvaginal — avalia a anatomia do útero, das tubas uterinas e dos ovários, podendo identificar possíveis doenças estruturais, como mioma uterino, dilatação da trompa (hidrossalpinge) e cistos ovarianos, além da avaliação da reserva ovariana;
- histerossalpingografia — verifica a permeabilidade das tubas uterinas, que são responsáveis por transportar o óvulo do ovário para o local da fertilização e, em seguida, para o útero;
- dosagens hormonais — analisam os níveis de hormônios relacionados à fertilidade, como FSH, LH, TSH, T4 livre, prolactina, estradiol e progesterona. Dependendo do caso, o hormônio antimülleriano pode ser solicitado.
Vários outros exames podem ser solicitados a partir da personalização da investigação da infertilidade. Por exemplo: o exame do cariótipo, que analisa a estrutura e o número dos cromossomos; a histeroscopia, que avalia e trata alterações na cavidade do útero; o teste de fragmentação do DNA espermático, que identifica danos no material genético dos espermatozoides; entre outros.
Por que é tão importante personalizar a investigação da infertilidade?
A personalização da investigação da infertilidade é essencial para nortear a escolha da melhor intervenção terapêutica, aumentar as chances de sucesso e reduzir os custos e o tempo de tratamento.
Ao identificar as causas específicas da infertilidade de cada casal, o médico pode indicar o tratamento mais adequado e personalizado, evitando intervenções desnecessárias e maximizando a probabilidade de uma gravidez bem-sucedida.
A infertilidade pode ser causada por uma série de fatores, e a abordagem personalizada permite que o médico investigue as causas mais prováveis em cada caso, conduzindo essa jornada de forma mais eficiente.
O que fazer quando nenhum fator de infertilidade é diagnosticado?
Em alguns casos, mesmo após uma investigação completa e personalizada, nenhum fator que poderia impedir a concepção é diagnosticado. Essa condição é chamada de infertilidade sem causa aparente (ISCA), e pode ser bastante frustrante para o casal que deseja ter filhos.
A ISCA é definida quando todos os exames realizados no homem e na mulher apresentam resultados dentro do normal, mas a gravidez não ocorre após 12 meses de tentativas — ou 6 meses, para mulheres com mais de 35 anos. A incidência chega a mais de 20% dos casos. Ocorrendo isso, o médico pode detalhar a investigação em busca de fatores menos evidentes, como alterações genéticas sutis, endometriose leve, fatores imunológicos e alterações no microambiente reprodutivo.
Embora o diagnóstico de ISCA — ou melhor, a ausência de diagnóstico — possa trazer incertezas e ansiedade, existem técnicas disponíveis que podem aumentar as chances de concepção.
Na reprodução assistida, os casais com ISCA podem começar com técnicas de baixa complexidade, como o coito programado e, se não houver sucesso após alguns ciclos de tentativas, podem tentar a gravidez com a fertilização in vitro (FIV).
Como você viu, a personalização da investigação da infertilidade é um passo fundamental para identificar os fatores que dificultam a concepção e aumentar as chances de sucesso nos tratamentos. Ao buscar um especialista em reprodução humana, o casal será acolhido e passará por uma avaliação completa e individualizada, que levará em consideração suas necessidades e características específicas.
Agora, leia nosso texto sobre infertilidade sem causa aparente (ISCA) e entenda melhor o que essa condição significa e como superá-la!