A confirmação da gravidez é um dos momentos mais esperados para o casal que está tentando ter um filho, tanto naturalmente quanto por tratamento de reprodução assistida. O exame beta-hCG tem um papel fundamental nesse processo, pois permite detectar a gestação logo no início. No entanto, a ansiedade em relação ao resultado pode atrapalhar, levando à realização do teste antes do tempo adequado e a frustrações desnecessárias.
Durante o período entre a tentativa (relação sexual ou tratamento de reprodução) e o teste de gravidez, as mulheres ou casais experimentam um misto de esperança e apreensão, procurando qualquer alteração no corpo que seja um possível sinal de gravidez.
Contudo, no caso de mulheres que passam por tratamento para engravidar, é importante lembrar que sintomas como cólicas leves, inchaço e sensibilidade mamária podem ocorrer independentemente do sucesso da gravidez, pois também são efeitos colaterais da estimulação ovariana e do uso da progesterona para o preparo uterino.
Outro ponto importante é estar preparado para todas as possibilidades. A expectativa pelo positivo é grande, mas também existe a chance de um resultado negativo. Esse é um dos momentos mais delicados que o casal enfrenta. Saber lidar com isso e tolerar a frustração pode fazer toda a diferença para o bem-estar emocional e a continuidade das tentativas, quando necessário.
Veja, neste post, quando fazer o beta-hCG após tratamentos de reprodução assistida!
Como se preparar para o resultado do tratamento de reprodução?
O período que se segue após a transferência do embrião na fertilização in vitro (FIV) ou o procedimento de inseminação artificial costuma ser de grande ansiedade. Há um investimento emocional, financeiro e físico no tratamento que torna as expectativas ainda mais altas.
Em paralelo ao tratamento de reprodução assistida, é importante que o casal faça acompanhamento multidisciplinar e passe por um preparo psicológico, caso assim deseje. Em terapia, podem ser trabalhadas questões como a ansiedade, o histórico de perdas gestacionais ou tentativas sem sucesso, a possibilidade do negativo, as mudanças de vida que estão por vir com a chegada da criança, a comunicação e os conflitos entre o casal etc.
Para minimizar a ansiedade do período de espera pelo beta-hCG positivo, algumas estratégias práticas podem ajudar, por exemplo:
- evitar fazer testes precoces, pois podem apresentar falso negativo quando os níveis de hCG ainda estão baixos para detecção;
- buscar apoio emocional com especialistas, familiares e amigos;
- manter-se ocupado, focando em atividades prazerosas e rotineiras para tornar esse período menos desgastante.
Para os casais que estão iniciando sua jornada na reprodução assistida, é importante ter em mente que nem sempre a primeira tentativa resulta em gestação. Muitas vezes, é necessário tentar mais de uma vez, refazer exames e experimentar diferentes abordagens e protocolos até chegar ao resultado positivo.
Quando fazer o beta-hCG na reprodução assistida?
O hCG (gonadotrofina coriônica humana) é um hormônio que começa a ser produzido logo após a implantação do embrião no útero. Sua função é manter o corpo-lúteo ativo para a produção de progesterona, hormônio essencial para a manutenção da gravidez nos estágios iniciais.
O exame beta-hCG é realizado por meio de um teste quantitativo de sangue, que detecta a concentração do hormônio e confirma a gestação de maneira confiável. O momento certo para realizá-lo pode variar de acordo com a técnica utilizada no tratamento de reprodução assistida.
Em gestações naturais, o resultado do exame de sangue pode constar positivo a partir do primeiro dia de atraso menstrual. Já os testes de farmácia, embora tenham boa sensibilidade, podem precisar de uma concentração maior de hCG na urina para confirmar a gravidez, portanto, é mais adequado que sejam feitos com cerca de cinco dias até uma semana de atraso menstrual.
Na reprodução assistida, a gravidez pode ser obtida a partir de 3 técnicas distintas: coito programado, inseminação artificial e FIV. A primeira não difere muito do processo natural de concepção, pois é necessário que o casal tenha relações sexuais normalmente, durante o período fértil, para que a fecundação aconteça. Sendo assim, para realizar o teste, sugerimos pelo menos 14 dias após a confirmação da ovulação.
Na inseminação artificial, uma amostra de sêmen processado é introduzida no útero da paciente no período ovulatório. Então, os espermatozoides devem migrar para as tubas uterinas e realizar a fertilização do óvulo. Entre 5 e 7 dias depois disso, o embrião pode se implantar no útero. Recomenda-se fazer o exame cerca de 14 dias após o procedimento.
Na FIV, o beta-hCG pode resultar positivo cerca de uma semana após a transferência dos embriões. Entretanto, para evitar falso negativo, é mais seguro realizar o teste entre 9 e 12 dias após a transferência, pois os níveis de hCG ainda estão baixos nas duas primeiras semanas de gestação.
O tempo exato para realizar o beta-hCG na FIV pode variar dependendo da fase em que o embrião foi transferido:
- embriões de 2-3 dias de desenvolvimento — exame entre 11 e 14 dias após a transferência;
- embriões de 5 dias (blastocisto) — exame entre 9 e 12 dias após a transferência.
Em algumas situações, o médico pode solicitar a repetição do exame para avaliar a evolução da gravidez. Se o beta-hCG estiver aumentando de forma adequada (praticamente dobrando a cada dois dias), é um sinal de desenvolvimento embrionário. Caso contrário, pode ser necessário investigar outras condições, como gravidez bioquímica ou ectópica. Entretanto, vale ressaltar que por diversas razões o beta-hCG pode não seguir uma curva-padrão e mesmo assim haver uma gestação saudável.
O que fazer se o resultado do beta-hCG der negativo?
Receber um resultado negativo pode ser desanimador, especialmente depois de todo o esforço envolvido no tratamento. No entanto, o casal deve compreender que um único resultado negativo não é o fim da jornada.
Se houver falhas repetidas de implantação, exames complementares podem ser indicados, bem como ajustes no protocolo de estimulação ovariana ou adoção de técnicas complementares, como o teste genético pré-implantacional (PGT).
Além da parte médica, o acompanhamento psicológico é essencial diante de falhas no tratamento. O beta-hCG negativo pode trazer sentimentos de tristeza, frustração, raiva, culpa, desânimo e vontade de desistir.
O suporte emocional, o acompanhamento médico e a persistência são elementos-chave para superar um beta-hCG negativo. Afinal, a reprodução assistida é um processo que envolve tanto a ciência quanto a resiliência (palavra que define a necessidade psicológica do casal), e cada tentativa traz novas possibilidades.
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