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Endometriose e endometrioma: quais as diferenças?

Por Equipe Origen

Publicado em 24/06/2020

A endometriose é uma doença conhecida por sua relação com a infertilidade feminina, embora boa parte das pessoas não saiba como o quadro se desenvolve. De modo sucinto, podemos dizer que essa doença ginecológica é marcada pela presença de tecido semelhante ao do endométrio — camada interna do útero — em outras partes do organismo, sobretudo na região peritoneal.

Neste post, vamos explicar o que é endometriose, o que são endometriomas e qual a relação entre as duas condições. Leia com atenção e compreenda ainda por que a fertilidade pode ser impactada por essas doenças e quais as possibilidades de tratamento.

O que é endometriose?

A endometriose é uma condição estrogênio-dependente e acomete mulheres em idade reprodutiva. Para compreender como essa doença se desenvolve, é importante entender qual é a função do endométrio no sistema reprodutor feminino.

O endométrio reveste, internamente, a parede uterina, sendo um tecido altamente vascularizado, formado por células epiteliais, vasos e estroma. Em todo ciclo menstrual, a camada endometrial tem sua espessura aumentada para receber um embrião, e permitir que ele se implante e se desenvolva.

Na ausência de gravidez, as células endometriais respondem à ação dos hormônios ovarianos e descamam, dando início à menstruação. Na endometriose, os fragmentos de tecido endometrial não são totalmente eliminados, e se implantam em regiões como o peritônio, tubas uterinas, ovários, bexiga, intestinos, entre outros órgãos.

O que são endometriomas?

Endometriomas estão diretamente relacionados à endometriose, uma vez que representam um subtipo da doença. Como mencionamos acima, a endometriose é caracterizada por implantes de células endometriais em outros órgãos. Assim sendo, o endometrioma tem origem nos focos de endometriose nos ovários.

Quando isso acontece, formam-se cistos em um ou em ambos os ovários, resultando em alterações na anatomia ou na função do órgão. Dentre os tipos de endometriose existentes, o endometrioma é apontado como uma forte causa de infertilidade feminina.

Como essas condições podem prejudicar a fertilidade?

A endometriose e os endometriomas podem provocar infertilidade por vários motivos. O mais importante é a mudança nas relações anatômicas, dificultando os fenômenos naturais de acontecerem.

Outro fator que tem impacto, principalmente nos resultados de tratamento, é a redução da reserva ovariana — quanto menor o número de folículos na reserva, pior será a resposta ao tratamento.

A presença da endometriose ainda está associada a um aumento no risco de formação de aderências que modificam a anatomia dos órgãos reprodutores, interferindo na liberação e no transporte do óvulo, ou até na fixação do embrião.

Quais são as formas de tratamento?

A conduta terapêutica é definida tendo em vista questões como: nível de dor; comprometimento funcional dos órgãos atingidos por focos da doença; insucesso em tratamentos anteriores ou recorrência dos sintomas; desejo reprodutivo da paciente.

Os quadros mais brandos podem ser tratados com medicamentos, incluindo anti-inflamatórios e analgésicos. Os contraceptivos hormonais são indicados para suprimir a função dos ovários e reduzir a ação do tecido endometrial ectópico.

A intervenção cirúrgica é necessária nos casos mais graves da doença, os quais requerem ablação dos implantes endometriais e remoção das aderências. Com frequência, os endometriomas precisam ser retirados, embora a cirurgia também ofereça riscos à reserva ovariana.

Quando a paciente não tem o objetivo de engravidar e a endometriose se manifesta de forma recorrente, mesmo após o tratamento cirúrgico, é possível recorrer à uma técnica definitiva: a histerectomia, que prevê a remoção do útero.

Como a reprodução assistida pode ajudar?

As técnicas de reprodução assistida são alternativas eficazes para mulheres diagnosticadas com endometriose associada à infertilidade. Pacientes com endometriose e que apresentam trompas pérvias podem tentar a gravidez com os tratamentos de baixa complexidade — relação sexual programada (RSP) e inseminação intrauterina (IIU).

Para os casos com maior comprometimento dos órgãos reprodutores e/ou obstrução tubária, a fertilização in vitro (FIV) é a técnica mais recomendada, em razão das taxas elevadas de gravidez, mesmo diante de fatores severos de infertilidade.

Outra vantagem da FIV é o leque de técnicas complementares que permitem individualizar o tratamento e aumentar as chances de êxito. No caso dos endometriomas e da endometriose infiltrativa profunda — tipo mais grave da doença — a paciente pode, inclusive, recorrer ao congelamento de óvulos ou embriões antes de se submeter à cirurgia.

A preservação da fertilidade por meio da criopreservação de gametas e embriões já era uma realidade para pacientes em tratamento de câncer. Agora, essa também é uma conduta aconselhável nos casos de endometriose avançada, antes da cirurgia, visto que os procedimentos cirúrgicos podem afetar as funções reprodutivas, assim como a própria patologia.

Compreendeu a relação e as diferenças entre as duas doenças que apresentamos neste post? Em resumo, o endometrioma é um tipo de endometriose e apresenta risco significativo à fertilidade feminina. Portanto, requer tratamento especializado, com destaque às técnicas da reprodução assistida.

Agora, leia também o texto específico sobre endometriose e conheça outros aspectos importantes da doença.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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