Teste de fragmentação do DNA espermático: como é feito?

Por Equipe Origen

Publicado em 11/09/2025

A infertilidade masculina pode estar relacionada a diferentes fatores, e um deles é a qualidade do DNA contido nos espermatozoides. Por isso, em alguns, casos, pode ser necessário realizar testes de fragmentação do DNA espermático para chegar à causa de dificuldade de gravidez de um casal.

O DNA espermático é o material genético presente na cabeça do espermatozoide, que carrega metade da informação hereditária a ser transmitida para um futuro embrião — a outra metade é herdada do óvulo.

Quando os espermatozoides apresentam altas taxas de fragmentação do DNA espermático, as chances de uma gestação bem-sucedida podem diminuir. Sendo assim, não basta que os gametas masculinos sejam produzidos em boa quantidade e apresentem motilidade para chegar ao óvulo, também é preciso que eles carreguem um DNA intacto e funcional para que a divisão celular inicial ocorra de forma correta.

Acompanhe este post e compreenda a importância dos testes de fragmentação do DNA espermático!

Por que a fragmentação do DNA espermático pode causar infertilidade?

Essa condição é caracterizada por quebras ou alterações nas fitas de DNA localizadas dentro da cabeça do espermatozoide. Níveis moderados de fragmentação não são anormais, mas, quando os índices de gametas com DNA fragmentado são altos, pode haver impacto na fertilidade.

A fragmentação do DNA espermático, quando elevada, pode estar associada à redução da qualidade espermática. Como consequência desse problema, formam-se embriões frágeis e com baixo potencial para se desenvolverem e se implantarem no útero, chegando a provocar falhas de nidação e abortamento espontâneo.

Entre os fatores que podem causar danos ao DNA espermático, estão:

  • estresse oxidativo;
  • exposição a toxinas;
  • infecções genitais;
  • varicocele;
  • obesidade;
  • envelhecimento; 
  • tabagismo;
  • uso de determinadas medicações;
  • alterações de pH do sêmen;
  • entre outros.

Homens com resultados normais no espermograma, que é o principal exame para o rastreio de alterações espermáticas, também podem ter fragmentação elevada do DNA. No entanto, isso somente é detectado com testes específicos, que não são solicitados rotineiramente na avaliação da fertilidade conjugal.

Na reprodução assistida, uma investigação completa é necessária para orientar a escolha das melhores estratégias no tratamento de casais inférteis. A fragmentação elevada do DNA espermático é um fator que pode ser identificado com os exames certos, principalmente quando a avaliação inicial do casal não revela nenhuma alteração, mas a infertilidade persiste.

O que é teste de fragmentação do DNA espermático?

O teste de fragmentação do DNA espermático é um exame laboratorial que avalia a integridade do material genético dos espermatozoides. Ele permite mensurar o grau de fragmentação e classificar se está dentro dos padrões considerados normais ou se há um percentual elevado de danos. 

A coleta do material é semelhante à de um espermograma, com amostra obtida por masturbação em ambiente apropriado. O exame pode ser feito por diferentes métodos, como TUNEL, SCSA e Comet, que utilizam corantes especiais e técnicas de fluorescência para identificar as quebras nas fitas de DNA.

Esses testes não fazem parte da investigação básica da infertilidade conjugal, mas podem ser indicados em situações específicas, por exemplo:

  • infertilidade sem causa aparente (ISCA);
  • alterações significativas da motilidade dos espermatozoides;
  • histórico de falhas em tratamentos de reprodução assistida;
  • abortamentos de repetição; 
  • idade paterna avançada (acima dos 45-50 anos).

É possível tratar a fragmentação do DNA espermático?

Para começar, mudanças no estilo de vida já podem trazer bons resultados para a saúde geral e melhora na qualidade dos espermatozoides, incluindo a redução dos níveis de fragmentação. Nesse sentido, algumas condutas incluem: parar de fumar; reduzir o consumo de bebidas alcoólicas; controlar doenças crônicas, como diabetes; adotar uma alimentação equilibrada; usar antioxidantes naturais ou farmacológicos; e controlar o peso corporal, em caso de sobrepeso ou obesidade.

Em outros cenários, é necessário tratar condições médicas específicas que afetam a qualidade dos espermatozoides, como infecções genitais, que demandam o uso de medicações antibióticas, e a varicocele, que pode ser corrigida com cirurgia.

Na reprodução assistida, também é possível encontrar técnicas que ajudam a obter os melhores espermatozoides. O preparo seminal, por exemplo, é uma etapa de capacitação dos gametas, que permite selecioná-los com base na qualidade morfológica e na motilidade dos espermática.

No entanto, mesmo espermatozoides com morfologia e motilidade aparentemente normais podem ter o DNA fragmentado. Por isso, o teste de fragmentação pode ser um aliado importante para aumentar as chances de sucesso em tratamentos de reprodução assistida. Nesse cenário, a técnica mais indicada para superar a infertilidade masculina é a fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).

Na reprodução assistida, é possível utilizar, ainda, outras tecnologias de ponta para aprimorar a seleção dos espermatozoides. Um exemplo é o dispositivo de microfluidos Zymot, que ajuda a obter uma amostra de gametas móveis e com índices mínimos de fragmentação do DNA espermático.

Após essa triagem, os espermatozoides são avaliados em um microscópio de alta resolução e injetados, um a um, com precisão nos óvulos. Assim, é possível reduzir o risco de falhas na fertilização e favorecer a formação de embriões com mais qualidade, que possam viabilizar uma gravidez saudável.

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