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Torção testicular: diagnóstico

Por Equipe Origen

Publicado em 30/06/2023

Os testículos são os órgãos mais relevantes para a fertilidade masculina, pois são as gônadas ou glândulas sexuais, responsáveis pela produção de gametas e de hormônios. Uma série de problemas nesses órgãos pode levar a complicações nas funções reprodutivas, entre eles está a torção testicular.

Antes de detalhar o problema, vamos explicar o papel dos testículos na reprodução humana. É nas gônadas masculinas que é produzida a testosterona, o principal hormônio envolvido no desejo sexual e na capacidade de ereção, além de ser imprescindível no processo de espermatogênese (produção de espermatozoides, as células reprodutivas masculinas).

Quando há uma torção, pode ocorrer o estrangulamento do cordão espermático. É essa estrutura que sustenta o testículo, além de servir como passagem para veias, ductos e nervos da região. Quando há a compressão do cordão, o acesso venoso e o fornecimento de sangue são prejudicados.

A torção testicular precisa ser imediatamente diagnosticada. Caso contrário, a chance de ter que retirar o testículo é grande. Continue a leitura para saber mais!

O que é torção testicular?

A torção testicular é uma emergência urológica que ocorre quando há rotação do testículo em seu próprio eixo, de modo que o cordão espermático é comprimido. Esse problema gera dor intensa e súbita, acompanhada de inchaço e endurecimento do órgão. Em alguns casos, o paciente pode ter náuseas e vômitos.

Quando há esses sintomas, é preciso recorrer ao serviço médico imediatamente. O retardo no atendimento pode gerar sérios impactos, como a isquemia testicular (diminuição ou suspensão da irrigação sanguínea), em razão da obstrução do suprimento de sangue e do retorno venoso. Sendo assim, quanto mais rápido for o atendimento, menor é o risco de complicações.

Algumas das causas por trás da torção testicular são:

  • defeitos congênitos;
  • traumas locais;
  • exercício físico intenso, sobretudo quando há aumento da tração superior do testículo (reflexo cremastérico), como no ciclismo e na patinação;
  • congestão vascular associada a processos inflamatórios.

Embora possa acontecer em qualquer idade, há maior incidência da torção testicular na infância e na adolescência.

Como chegar ao diagnóstico de torção testicular?

O diagnóstico clínico é feito a partir da análise dos sintomas e do exame físico. Em geral, o paciente tem sinais evidentes da torção, já que a dor aguda é bem localizada e o testículo afetado fica visivelmente fora de sua posição normal, encontrando-se elevado ou horizontalizado.

O médico também avalia a vermelhidão da bolsa escrotal, o inchaço e o endurecimento da região, além de observar se há perda do reflexo cremastérico, o que se dá a partir de um toque suave na porção medial da coxa. O testículo contralateral também fica suscetível a horizontalização, pois a estrutura anatômica é bilateral.

Quando há suspeição, mas os sintomas não são tão elucidativos, pode-se recorrer a um exame de imagem da bolsa escrotal, precisamente uma ultrassonografia com Doppler colorido, para confirmar a torção testicular e o comprometimento da circulação sanguínea local.

O ultrassom também é importante para descartar os diagnósticos diferenciais, os quais incluem a epididimite, uma inflamação do epidídimo, que pode se estender aos testículos. Nessa condição, porém, a dor costuma ser menos aguda e o paciente pode apresentar outros sintomas, como secreção peniana.

A ultrassonografia com Doppler é a técnica de imagem mais recomendada, pois proporciona uma visão ampla das estruturas internas da bolsa escrotal, permitindo a avaliação do epidídimo, dos testículos e do fluxo sanguíneo para estabelecer o diagnóstico com precisão. Com os achados dessa investigação, o médico encaminha o paciente para a conduta emergencial de reversão da torção.

O que é feito a partir do diagnóstico de torção?

A manobra de correção pode ser feita pelo médico cirurgião geral, pelo cirurgião pediátrico ou pelo urologista. A distorção manual é possível, mas comumente é feita a correção cirúrgica. O procedimento é simples e realizado com anestesia local. A recuperação pós-operatória pode durar poucas semanas e requer repouso parcial.

Na maioria dos casos, é possível salvar o órgão sem prejuízos funcionais, mas há uma janela terapêutica bastante estreita. Via de regra, a recuperação integral do testículo é possível nas primeiras 6 horas após a torção. Esse tempo é variável de acordo com outros fatores, tais como o número de voltas que o órgão deu em torno do cordão.

Em todos os casos, o diagnóstico imediato é necessário para que a torção testicular seja revertida o quanto antes. Passadas essas horas iniciais, as chances de que o testículo permaneça viável caem significativamente, pois a interrupção ou a redução drástica da vascularização pode levar ao infarto testicular e à necrose da glândula.

Nessas situações, a conduta é a remoção do testículo afetado. Desse modo, a capacidade reprodutiva do homem pode ficar comprometida devido ao protagonismo do órgão na produção de testosterona e dos espermatozoides.

Porém, mesmo quando há a remoção de um testículo, não necessariamente haverá infertilidade. Normalmente, uma única gônada é suficiente para manter a função hormonal e a espermatogênese. Essa capacidade é avaliada a partir de um exame de espermograma.

Quando o exame constata que há baixa quantidade ou ausência de espermatozoides (azoospermia), mas o homem deseja ter filhos, é possível superar essa condição com técnicas de reprodução assistida, tais como a fertilização in vitro (FIV) auxiliada pelos procedimentos de recuperação espermática.

Conheça também outras causas da infertilidade masculina e seus fatores de risco!

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