A ultrassonografia é um dos exames mais importantes realizados durante a investigação da infertilidade feminina e masculina. Essa técnica diagnóstica também é utilizada em várias outras áreas médicas e apresenta boa acurácia para identificar diversas doenças e alterações em diferentes sistemas do organismo.
Os exames de ultrassonografia permitem a avaliação dos órgãos internos por meio de imagens geradas com ondas ultrassônicas. Devido à emissão e recepção de ecos, a técnica também é chamada de ecografia. Trata-se de um exame simples, não invasivo, indolor e de custo acessível, portanto, uma ferramenta de alta relevância no contexto do diagnóstico por imagem.
Na investigação dos fatores de infertilidade masculina e feminina, a ultrassonografia tem papel fundamental, uma vez que pode revelar alterações nos órgãos reprodutores que precisam ser corrigidas para aumentar as chances de gravidez.
Para investigar a infertilidade feminina, realiza-se a ultrassonografia pélvica — geralmente, o método transvaginal, mas o exame também pode ser feito sobre o abdômen (suprapúbico). Na avaliação da infertilidade masculina, a ultrassonografia da bolsa escrotal pode ajudar a identificar varicocele, obstruções decorrentes de infecções, tumores e outras condições.
Acompanhe, neste post, mais informações sobre o uso da ultrassonografia na investigação diagnóstica da infertilidade feminina e masculina!
A ultrassonografia na avaliação da fertilidade feminina
A infertilidade feminina pode estar associada a inúmeros fatores, e muitos deles são identificados com o exame de ultrassonografia. Vale lembrar que o trato reprodutivo superior da mulher, onde ocorre o processo conceptivo, é constituído por ovários, útero e tubas uterinas. Os ovários desenvolvem os óvulos, a fecundação acontece em uma das tubas e a gestação evolui na cavidade uterina.
A ultrassonografia possibilita a avaliação da morfologia desses órgãos e, se os resultados apontarem alguma alteração, o tratamento mais adequado é indicado. A avaliação diagnóstica da infertilidade feminina pode ainda ser complementada por outros exames de imagem, incluindo: histerossalpingografia; histeroscopia; ressonância magnética.
Nos ovários, a ultrassonografia pode revelar a síndrome dos ovários policísticos (SOP) (sendo necessária a confirmação por meio de outros exames) e outros tipos de cistos ovarianos, incluindo o endometrioma — decorrente de endometriose. O exame também é realizado para avaliar a reserva ovariana (quantidade de óvulos armazenados) por meio da contagem dos folículos antrais.
No útero, é possível localizar várias anormalidades com a ajuda da ultrassonografia, como miomas, pólipos, sinequias, adenomiose, malformações congênitas e alterações no tecido endometrial, inclusive sugestivas de neoplasia. Problemas no colo do útero, como a insuficiência istmocervical, também podem ser observados com o exame de ultrassom.
Nas tubas uterinas, o exame pode identificar um quadro de hidrossalpinge — acúmulo de líquido, decorrente de processo inflamatório nas trompas (salpingite). Pontos de obstrução tubária provocada por aderências de endometriose também são identificados com a ultrassonografia. Comumente, a histerossalpingografia é outra técnica indicada para avaliar a permeabilidade das tubas.
Há dois métodos de ultrassonografia pélvica: endovaginal e suprapúbica. Para o primeiro tipo de exame, a paciente permanece deitada em posição ginecológica e o transdutor é recoberto por um gel e por um preservativo e introduzido pela vagina. Na técnica suprapúbica, o gel é espalhado sobre o abdômen e o aparelho é deslizado pela região abdominal para obter as imagens das estruturas internas.
A ultrassonografia na avaliação da fertilidade masculina
Para investigar se há infertilidade masculina, primeiramente é realizado o espermograma. Não se trata de um exame que fornece o diagnóstico de doenças associadas, mas que revela os parâmetros seminais do homem. A partir dos resultados dessa análise, é possível verificar se o paciente apresenta alterações que estejam dificultando a gravidez do casal.
Quando o espermograma resulta em alterações seminais, a ultrassonografia da bolsa escrotal com Doppler colorido é indicada. O exame é útil para a detecção de problemas testiculares como:
- varicocele — dilatação das veias dos testículos;
- tumores;
- torção testicular;
- atrofia;
- em alguns casos obstruções.
A ultrassonografia pélvica suprapúbica também pode ser indicada para avaliar se há alterações ou lesões na próstata e nas vesículas seminais. Problemas na glândula prostática são ainda investigados com o ultrassom transretal, tais como infecções, cistos, hiperplasia benigna e processos tumorais, sobretudo quando há suspeita de câncer.
Assim como ocorre na avaliação da infertilidade feminina, o homem também pode precisar de outros exames complementares, como a ressonância magnética da pelve. Dosagens hormonais, rastreio de infecções e testes genéticos são outros instrumentos que podem fazer parte da propedêutica da infertilidade masculina e feminina.
Nos tratamentos de reprodução assistida, a ultrassonografia é necessária em vários momentos, como para:
- monitorar o desenvolvimento dos folículos na estimulação ovariana;
- avaliar a espessura do endométrio;
- guiar a punção folicular para coleta dos óvulos e a transferência dos embriões para o útero na fertilização in vitro (FIV).
Além de todas as aplicações na avaliação da infertilidade feminina e masculina, bem como nos tratamentos de reprodução assistida, a ultrassonografia também é uma ferramenta imprescindível durante a gravidez. O exame é realizado várias vezes ao longo dos nove meses para acompanhar o desenvolvimento fetal.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre o papel da ultrassonografia no acompanhamento do casal infértil, leia também nosso texto que explica quais são os fatores de infertilidade masculina.