As tubas uterinas, que antes eram chamadas de trompas de Falópio, são estruturas necessárias para o pleno funcionamento do sistema reprodutor feminino. Quando ocorre obstrução tubária, a mulher pode ficar infértil, principalmente se a oclusão for bilateral.
Na parte superior do trato reprodutivo feminino, estão localizadas as tubas uterinas, além do útero e dos ovários. Nesses órgãos ocorrem processos fundamentais da reprodução humana, como a ovulação, a fecundação do óvulo e a implantação embrionária, que marca o início da gravidez.
As tubas se ligam às laterais do útero, na parte superior do órgão, e se estendem até próximo dos ovários, portanto, elas conectam as funções ovarianas e uterinas, permitindo que o processo reprodutivo se complete.
Neste conteúdo, você entenderá melhor qual é a função tubária e como a obstrução das tubas uterinas pode afetar a fertilidade, além de conhecer as opções de tratamento. Veja essas informações a seguir!
Quais são as funções das tubas uterinas na fertilidade?
As tubas uterinas estão próximas dos ovários e se comunicam com a cavidade do útero, de modo que atuam de forma intermediária em relação a esses órgãos. Veja como ocorrem as funções tubárias:
- no momento da ovulação, os prolongamentos localizados na extremidade da tuba uterina (as fímbrias) se movimentam e coletam o óvulo que é liberado pelo ovário;
- a tuba leva o óvulo para o local da fertilização, na ampola tubária (parte mais dilatada do órgão). Caso ocorra relação sexual durante o período fértil, os espermatozoides encontram o óvulo dentro da tuba e um deles pode fecundá-lo;
- após captar o óvulo e servir de local para a fecundação, a tuba uterina ainda tem a função de transportar o embrião para a cavidade do útero, o que é possível devido à motilidade e contração tubária.
Portanto, para que uma gravidez aconteça naturalmente, ao menos uma tuba uterina deve estar saudável e funcional, ou seja, desobstruída, permeável. Alterações na estrutura tubária, como aderências cicatriciais e acúmulo de líquido (hidrossalpinge), podem causar distorção ou obstrução tubária.
O que pode causar obstrução das tubas uterinas?
A obstrução das tubas uterinas é caracterizada por algum impedimento físico que bloqueia total ou parcialmente a passagem dos óvulos e espermatozoides. Essa condição pode atingir uma ou ambas as trompas.
Diversas causas podem levar à obstrução tubária, entre elas:
- doença inflamatória pélvica (DIP), geralmente causada por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia e gonorreia;
- endometriose, que resulta no crescimento de tecido endometrial ectópico em vários órgãos pélvicos, inclusive nas tubas, desencadeando inflamação e formação de aderências;
- cirurgias ginecológicas anteriores, como a laqueadura;
- processos inflamatórios inespecíficos;
- hidrossalpinge, que é o acúmulo de líquido nas tubas, decorrente de salpingite (inflamação tubária).
A obstrução das tubas uterinas, por si só, não causa sintomas, mas a mulher pode ter outras manifestações clínicas associadas à doença que causou a obstrução, como dor pélvica. Como se trata de uma condição assintomática, o diagnóstico geralmente é feito durante a investigação da infertilidade, sendo a histerossalpingografia o exame mais utilizado para avaliar a permeabilidade tubária.
Veja quais são os impactos da obstrução das tubas uterinas na fertilidade:
- distorção anatômica, que dificulta a captação do óvulo;
- bloqueio dentro da tuba, impedindo a passagem dos gametas;
- dificuldade de transportar o embrião para o útero, caso ocorra a fecundação mesmo com as barreiras.
A obstrução das tubas uterinas também aumenta o risco de gravidez ectópica, pois ao não ser devidamente transportado para o útero, o embrião pode se implantar na própria tuba, onde não há condições para que a gestação evolua.
Como tratar a obstrução tubária?
O tratamento da obstrução das tubas uterinas pode envolver cirurgia e técnicas de reprodução assistida. O procedimento cirúrgico para desobstruir as tubas nem sempre é bem-sucedido. Além disso, há risco de recidiva do problema.
No contexto da reprodução humana assistida, o caminho mais indicado é a fertilização in vitro (FIV), na qual os óvulos e espermatozoides são coletados e a fecundação é realizada em laboratório. Depois do período de cultivo, em que os embriões são monitorados em incubadora, realiza-se a transferência para a cavidade uterina. Assim, as tubas não precisam desempenhar suas funções.
Nos casos de obstrução das tubas uterinas por hidrossalpinge, a cirurgia para retirada das trompas antes da FIV pode ser indicada, pois o líquido acumulado pode se espalhar para o interior do útero e prejudicar o desenvolvimento embrionário.
Se você está tentando engravidar há mais de um ano sem sucesso (ou seis meses, caso tenha mais de 35 anos), é importante procurar um especialista para avaliação. Assim, poderá realizar os exames necessários e descobrir se tem algum fator de infertilidade — vale lembrar que a avaliação é conjugal, pois tanto a mulher quanto o homem podem ser inférteis.
Com o suporte adequado, é possível contornar a obstrução das tubas uterinas e outras causas de infertilidade, recuperando as chances de engravidar e de ter um desenvolvimento gestacional saudável.
Não vá embora antes de ler nosso texto que explica em detalhes como a FIV- fertilização in vitro é realizada!
