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Hipertireoidismo e fertilidade: existe relação?

Por Equipe Origen

Publicado em 16/08/2024

A tireoide é uma importante glândula do sistema endócrino, responsável por secretar hormônios que regulam diversas funções do corpo humano. O funcionamento acelerado ou reduzido da tireoide — condições chamadas, respectivamente, de hipertireoidismo e hipotireoidismo — pode interferir de várias formas na saúde, inclusive afetando a fertilidade.

Localizada na parte da frente do pescoço, na região da traqueia, a tireoide é uma pequena glândula em formato de borboleta. Embora seja pequena em tamanho, tem grandes funções no organismo.

A glândula produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), os quais atuam em funções como: metabolismo; crescimento e desenvolvimento dos tecidos; cognição (por exemplo, memória e concentração); regulação da temperatura corporal; frequência respiratória; ritmo dos batimentos cardíacos; manutenção do peso corporal; controle emocional; fertilidade; e muitas outras.

A hipófise, glândula situada no cérebro, é a principal responsável por secretar os hormônios que estimulam as gônadas (ovários e testículos), levando ao desenvolvimento dos gametas (óvulos e espermatozoides). Os hormônios da tireoide também têm participação nesse processo.

Prossiga com a leitura e descubra se existe relação entre hipertireoidismo e infertilidade!

De que forma a tireoide influencia a fertilidade?

A fertilidade, tanto da mulher quanto do homem, depende de vários fatores, um deles é o equilíbrio hormonal. Os hormônios são mensageiros químicos secretados pelas várias glândulas do sistema endócrino e têm a função de estimular o funcionamento de diferentes órgãos.

As funções endócrinas e reprodutivas estão diretamente associadas. Os hormônios — principalmente os produzidos na hipófise e nas gônadas, mas também os da tireoide e das glândulas suprarrenais — atuam, por exemplo:

  • no desenvolvimento, amadurecimento e na liberação dos gametas;
  • no preparo uterino para a implantação embrionária;
  • na placentação e lactação;
  • na libido e potência sexual masculina.

A saúde da tireoide é fundamental para o pleno funcionamento do organismo como um todo. Sendo assim, o excesso ou a deficiência dos hormônios produzidos nessa glândula podem prejudicar as funções de vários órgãos, inclusive das gônadas.

As gônadas também são glândulas produtoras de hormônios essenciais para a fertilidade. Além de liberar os gametas, os ovários produzem estrogênio e progesterona, enquanto os testículos produzem testosterona.

Dentre as disfunções tireoidianas, o hipotireoidismo é o mais associado à infertilidade e complicações obstétricas. No entanto, o hipertireoidismo também pode causar desequilíbrios hormonais que interferem nas funções reprodutivas.

O que é hipertireoidismo e como afeta a fertilidade?

O hipertireoidismo é a disfunção caracterizada pela produção aumentada dos hormônios tireoidianos. Com isso, todo o organismo trabalha de forma mais acelerada, causando, por exemplo:

  • sensibilidade excessiva ao calor;
  • sudorese intensa;
  • insônia;
  • irritabilidade;
  • ansiedade;
  • evacuações frequentes;
  • perda de peso;
  • tremores;
  • irregularidades menstruais;
  • taquicardia e até arritmia cardíaca.

Devido ao desequilíbrio na secreção dos hormônios, o hipertireoidismo pode interferir na fisiologia reprodutiva. Nas mulheres, os níveis hormonais excessivos alteram a frequência das ovulações e o preparo do útero para iniciar e manter uma gestação. Portanto, além da infertilidade por causas ovulatórias, há risco de falha de implantação embrionária e abortamento espontâneo, além de dificuldades no parto.

Outro fator de infertilidade feminina associado a doenças da tireoide, embora menos comum, é a falência ovariana prematura (menopausa precoce). A Doença de Graves é uma forma de hipertireoidismo e trata-se de uma condição autoimune que, além de causar danos à glândula tireoidiana, pode atingir os ovários, ocasionando redução relevante dos óvulos armazenados.

Nos homens, tanto o hipertireoidismo quanto o hipotireoidismo podem causar alterações na produção de testosterona e, por consequência, danos à espermatogênese (produção de espermatozoides), falhas na maturação espermática e problemas de ereção.

Como tratar?

O tratamento das disfunções da tireoide é feito com medicações para reposição ou redução dos hormônios secretados por essa glândula. No caso do hipertireoidismo, portanto, os fármacos utilizados têm a ação de reduzir a atividade tireoidiana para restaurar o equilíbrio das funções orgânicas. Entretanto as doses devem ser reavaliadas periodicamente, pois o uso dessas medicações pode diminuir excessivamente as funções tireoidianas, levando ao hipotireoidismo.

A reprodução assistida também é indicada no tratamento de casais que enfrentam dificuldades para engravidar, seja por disfunções hormonais ou outras condições masculinas e femininas de infertilidade.

As técnicas mais simples — relação sexual programada e inseminação artificial — são indicadas para os fatores leves de infertilidade, como as disfunções ovulatórias, levando-se sempre em conta a idade da mulher. Para isso, a paciente recebe medicações que levam à estimulação ovariana e à indução da ovulação, aumentando as chances de concepção.

Diante de condições mais complexas, a fertilização in vitro (FIV) deve ser considerada. A técnica é de alta complexidade e realizada em várias etapas. O ponto central desse tratamento é a fecundação dos óvulos em laboratório. Após os primeiros dias de cultivo em incubadora, os embriões são transferidos para o útero da paciente.

É importante compreender os impactos do hipertireoidismo na fertilidade e procurar o acompanhamento médico especializado, se houver suspeita da doença — não apenas para recuperar as funções reprodutivas, mas também para normalizar o funcionamento do organismo como um todo, evitando complicações à saúde.

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Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.