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O que é hipertireoidismo?

Por Equipe Origen

Publicado em 10/10/2024

A fertilidade humana é uma capacidade complexa, cujo funcionamento não depende somente das estruturas mais diretamente envolvidas na reprodução, como útero, ovários e testículos, mas sim de todo o metabolismo do corpo, incluindo os processos coordenados pela tireoide.

Tanto o hipo, como o hipertireoidismo podem causar infertilidade devido a uma série de fatores que incluem principalmente a interação dos hormônios da tireoide com os hormônios sexuais, todos produzidos pela hipófise.

Uma das principais características do hipertireoidismo é o aumento do metabolismo geral do corpo, que pode causar perda de peso, insônia, irritabilidade, agitação, alterações circulatórias e infertilidade.

Se você está tentando engravidar e suspeita de problemas na tireoide, este artigo pode ajudar a entender melhor o que é o hipertireoidismo e como ele afeta a fertilidade de homens e mulheres.

A tireoide coordena boa parte do metabolismo

A tireoide compartilha com as glândulas sexuais uma semelhança importante: seu funcionamento é orquestrado pela ação coordenada da hipófise e do hipotálamo – estruturas cerebrais que fazem a ponte entre os sistemas nervoso e endócrino. Essas estruturas, localizadas dentro do crânio, produzem e liberam hormônios que ativam ou inibem o funcionamento de glândulas, como os ovários, os testículos e a tireoide.

Em forma de borboleta e localizada na parte frontal do pescoço, a tireoide recebe o TSH (hormônio estimulador da tireoide) vindo da hipófise e este desencadeia a produção de três hormônios principais: triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), que regulam o metabolismo do corpo, e calcitonina, que participa da regulação do cálcio.

Para isso, especialmente T3 e T4 interagem com uma grande diversidade de sistemas, que atuam no controle da temperatura corporal e da circulação, além do crescimento e desenvolvimento contínuo do corpo.

Hipertireoidismo: o que acontece quando a tireoide está hiperativa

Se no hipotireoidismo a tireoide funciona menos, no hipertireoidismo a tireoide está hiperativa, ou seja, produz T3 e T4 em excesso, acelerando diversas funções do corpo, o que resulta em uma série de sintomas e complicações, incluindo:

  • Perda de peso rápida e involuntária;
  • Aumento na frequência cardíaca;
  • Palpitações;
  • Sensação constante de ansiedade ou nervosismo;
  • Sudorese excessiva;
  • Intolerância ao calor;
  • Tremores nas mãos;
  • Dificuldade para dormir.

Problemas oculares, como olhos salientes (exoftalmia), são mais comuns em casos específicos de doença de Graves, ainda que esta seja uma das causas mais frequentes de hipertireoidismo, ao lado do bócio multinodular tóxico e das inflamações da tireoide, como a tireoidite subaguda e a tireoidite de Hashimoto em sua fase inicial.

Por que o hipertireoidismo pode favorecer a infertilidade?

O hipertireoidismo pode favorecer a infertilidade devido aos efeitos dos hormônios tireoidianos sobre a produção de FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), que atuam nos testículos e ovários e orquestram a fertilidade de homens e mulheres, além de uma provável ação direta nas gônadas devido ao fato de serem moléculas muito similares.

Em mulheres, o excesso de hormônios tireoidianos pode interferir na liberação de hormônios sexuais como o estrogênio e a progesterona, causando irregularidades menstruais, como ciclos menstruais irregulares, fluxo menstrual reduzido (hipomenorreia) ou até mesmo a ausência completa de menstruação (amenorreia), além de afetar o desenvolvimento dos folículos ovarianos, prejudicando a ovulação.

Nos homens, o hipertireoidismo pode levar à diminuição da qualidade do sêmen, com redução do volume ejaculado, da contagem de espermatozoides e da motilidade espermática. Esses efeitos são consequência da interferência dos hormônios tireoidianos na produção de testosterona e na espermatogênese, como chamamos o processo de formação dos espermatozoides.

Além dos impactos diretos sobre os hormônios sexuais, o hipertireoidismo também pode afetar a libido e a função sexual em ambos os sexos, já que a fadiga, a ansiedade e a fraqueza muscular, comuns em indivíduos com hipertireoidismo, podem reduzir o desejo sexual.

Hipertireoidismo tem tratamento?

O diagnóstico de hipertireoidismo é feito por meio de exames de sangue que medem os níveis de T3, T4 e TSH. Níveis elevados de T3 e T4, juntamente com níveis baixos de TSH, geralmente indicam hipertireoidismo.

O tratamento pode incluir medicamentos que diminuem a produção de hormônios, terapia com iodo radioativo, que destrói parte da tireoide, ou, em casos mais graves, cirurgia para remover parte ou toda a glândula tireoidiana.

Hipertireoidismo e reprodução assistida

Quando os níveis hormonais são normalizados após o tratamento do hipertireoidismo e o casal ainda enfrenta dificuldades para conceber, a reprodução assistida pode ser uma opção. Nesse contexto, diversas técnicas estão disponíveis, cada uma com suas especificidades e indicações.

A indução da ovulação é uma etapa comum à relação sexual programada, à IA (inseminação artificial) e à FIV (fertilização in vitro) e podem ser especialmente úteis para mulheres que continuam apresentando irregularidades menstruais mesmo após o tratamento do hipertireoidismo, porque utiliza medicamentos hormonais para estimular a ovulação.

A indicação da técnica mais adequada depende das especificidades de cada casal e só pode ser feita individualmente.

Além disso, é importante que o hipertireoidismo seja controlado antes do início dos tratamentos com reprodução assistida, já que os desequilíbrios metabólicos também podem prejudicar a nidação e os processos da gestação inicial, diminuindo as chances de sucesso da reprodução assistida.

Aproveite que chegou até aqui e toque neste link para conhecer outras causas da infertilidade feminina.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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