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Ovulação precoce na reprodução assistida: como ela é evitada?

Por Equipe Origen

Publicado em 16/08/2024

As mulheres têm um tempo limitado para engravidar, conhecido como idade fértil ou reprodutiva, que inicia na puberdade com a primeira menstruação, quando começam os ciclos menstruais, e se se encerra na menopausa, fase marcada pela última menstruação. Nesse intervalo, é utilizada a reserva ovariana, estoque de folículos, estruturas que contêm o óvulo imaturo, presentes nos ovários desde o nascimento.

O ciclo menstrual é um processo que ocorre continuamente, coordenado por diferentes hormônios. Na primeira fase, chamada folicular, vários folículos são recrutados e crescem motivados pelo FSH (hormônio folículo-estimulante). Entre eles, um se destaca tornando-se dominante, desenvolve e amadurece estimulado pelo LH (hormônio luteinizante).

Aproximadamente na metade de um ciclo menstrual padrão de 28 dias, na fase ovulatória, um pico de LH induz o folículo dominante ao amadurecimento final e rompimento para liberação do óvulo, o que é clinicamente denominado ovulação.

O óvulo liberado é captado pelas tubas uterinas, órgãos em que a fecundação acontece e aguarda por 24 horas o encontro com o espermatozoide. Durante a fecundação o espermatozoide o penetra gerando a primeira célula do embrião, estágio inicial de desenvolvimento do futuro bebê.

A ovulação, portanto, marca o período de maior fertilidade, em que é possível engravidar. Em algumas mulheres, entretanto, ela pode ocorrer precocemente, entre o 8º e 10º dia do ciclo menstrual, como consequência de desequilíbrios hormonais, e sugere quadros de infertilidade feminina, que pode ser percebida após um ano de tentativas malsucedidas para engravidar sem o uso de nenhum método contraceptivo.

Diferentes condições podem resultar em ovulação precoce e comprometer a capacidade de engravidar, incluindo, por exemplo, os processos inflamatórios que afetam os órgãos reprodutores, geralmente causados por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia ou gonorreia, distúrbios da tireoide (hipotireoidismo e hipertireoidismo) e disfunções hormonais ovarianas.

Alguns hábitos de vida, entre eles o excesso de exercícios físicos, sedentarismo, baixo peso e alimentação inadequada, estresse e transtornos emocionais como ansiedade ou depressão são ainda associados ao problema.

A reprodução assistida é o tratamento padrão quando há infertilidade consequente de distúrbios ovulatórios. No entanto, assim como na gestação natural a ovulação tem a mesma importância nos tratamentos, a diferença é que o processo pode ser controlado, evitando, dessa forma, que ocorra precocemente.

Além disso, prevenir a ovulação precoce é um aspecto fundamental nas técnicas de reprodução assistida para maximizar as chances de sucesso.

Acompanhe a leitura do texto até o final e saiba como a ovulação precoce na reprodução assistida é evitada. Confira!

Reprodução assistida

As principais técnicas de reprodução assistida disponíveis atualmente são a relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA), consideradas de baixa complexidade por preverem a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas, e a fertilização in vitro (FIV), de alta complexidade, em que a fecundação e o desenvolvimento inicial dos embriões, posteriormente transferidos ao útero materno, são etapas realizadas em laboratório.

Assim, a RSP e a IA são indicadas normalmente quando os fatores de infertilidade são menos graves e idealmente para mulheres com idade inferior a 35 anos na maioria dos casos. Muitas vezes, inclusive, o tratamento da ovulação precoce pode ser feito incialmente por uma delas, de acordo com cada caso. No entanto, para utilizá-las, as tubas uterinas devem estar permeáveis, sem nenhum tipo de obstrução, bem como é recomendável boa reserva ovariana, que é a quantidade de folículos de que a mulher dispõe.

Já a FIV permite o tratamento mesmo quando os fatores são graves, como obstruções tubárias e anovulação crônica, ausência total de ovulação em todos os ciclos menstruais, ou se não houver sucesso gestacional nas abordagens anteriores.

Em todas as três, entretanto, a primeira etapa é a estimulação ovariana, procedimento que, como o nome indica, é realizado para estimular a função ovariana para que mais folículos se desenvolvam e amadureçam.

Para isso, são administrados medicamentos hormonais sintéticos semelhantes aos naturais desde o início dos ciclos menstruais. Porém, os protocolos com as dosagens previstas se diferenciam entre elas.

Na RSP e IA são mais baixas para obter de 1 a três óvulos maduros para a fecundação, enquanto na FIV o objetivo é de vários óvulos, garantindo, dessa forma, a formação de um número maior de embriões.

Entenda como a ovulação precoce é evitada na reprodução assistida

Para acompanhar o desenvolvimento dos folículos são realizados exames de ultrassonografia transvaginal periódicos, a cada dois ou três dias, que permitem determinar o momento em que eles atingem o auge do desenvolvimento, quando novos medicamentos são administrados para induzi-los ao amadurecimento final e ovulação, que ocorre em aproximadamente 36 horas.

Durante esse processo, os níveis hormonais são também verificados por exames de sangue, possibilitando ajustar a dosagem quando necessário.

A soma dessas ações, possibilita um controle bem preciso do desenvolvimento folicular, evitando a ovulação precoce na reprodução assistida, estimando, ao mesmo tempo, uma data mais exata para a ovulação e período fértil da mulher, o que interfere nas etapas seguintes dos tratamentos.

Veja abaixo as etapas seguintes de cada técnica:

RSP

Na RSP é feita a programação do melhor período para intensificar a relação sexual, considerando dias que antecedem a administração dos medicamentos indutores e o posterior a data prevista para o rompimento, uma vez que os espermatozoides normalmente podem sobreviver provavelmente por até 72 horas no organismo feminino.

IA

O tempo de sobrevida dos gametas masculinos também é considerado na IA. Porém, nessa técnica, os melhores são selecionados pelo preparo seminal e depositados no útero após a administração dos medicamentos indutores, encurtando o caminho até as tubas uterinas.

FIV

Na FIV, após a administração dos medicamentos indutores, cada folículo maduro é coletado por aspiração folicular; seus óvulos extraídos e selecionados em laboratório e para que apenas os melhores participem da fecundação.

Os embriões formados são acomodados em incubadoras, em meios de cultura que simulam o ambiente natural, e, podem se desenvolver por até seis dias. São transferidos ao útero em dois estágios de desenvolvimento, D2, D3 ou clivagem, no segundo ou terceiro dia e no blastocisto, entre o quinto e sexto dia.

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Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.