Quantos embriões posso transferir na FIV?

Por Equipe Origen

Publicado em 14/08/2025

A quantidade de embriões que podem ser transferidos em um ciclo de fertilização in vitro (FIV) ainda é um assunto que desperta dúvidas entre as pessoas que pretendem fazer um tratamento de reprodução assistida. Trata-se de uma decisão que deve ser cuidadosa, tendo em vista a idade da mulher, o número de óvulos coletados, a qualidade embrionária e a saúde uterina.

Ao longo do tempo, desde as primeiras aplicações da FIV, várias normas éticas passaram por atualizações, inclusive em relação ao número de embriões que podem ser transferidos. Atualmente, a resolução recente do Conselho Federal de Medicina (CFM) impõe um limite mais rigoroso para a transferência embrionária, o que é importante para reduzir o risco de gestação múltipla.

Com a leitura deste texto, você vai entender mais sobre a FIV e a transferência de embriões. Preste atenção!

Qual é a importância da FIV?

A FIV é uma das técnicas de reprodução assistida mais utilizadas no mundo. Por ser um tratamento de alta complexidade, ela permite contornar diferentes causas de infertilidade feminina e masculina, oferecendo chances reais de gravidez para pessoas que não conseguem ter filhos naturalmente.

O processo da FIV envolve etapas importantes. Veja a sequência de procedimentos:

  • estimulação ovariana — a mulher utiliza medicações hormonais para desenvolver mais folículos ovarianos (estruturas que contêm os óvulos); 
  • coleta dos óvulos — os folículos ovarianos são aspirados e os óvulos são coletados para a fertilização; 
  • coleta de espermatozoides — os gametas masculinos também são obtidos e submetidos ao preparo seminal, garantindo a seleção daqueles com boa motilidade; 
  • fertilização — os óvulos são fecundados em laboratório, geralmente utilizando a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI); 
  • cultivo embrionário — os embriões que se formam com a FIV são mantidos em incubadora por alguns dias, até que estejam prontos para serem transferidos;
  • transferência embrionária — um ou mais embriões são transferidos para o útero. Se houver excedentes (embriões que sobram), eles são congelados e poderão ser usados futuramente.

A etapa de transferência finaliza o processo da FIV, mas não é garantia de gravidez. Para que a gestação se confirme, é preciso que um embrião realize a implantação no endométrio uterino. Isso depende principalmente da qualidade embrionária e da receptividade endometrial.

Quantos embriões posso transferir na FIV?

No início da prática da FIV, as taxas de sucesso eram mais baixas e os médicos transferiam múltiplos embriões em cada tentativa, com o objetivo de aumentar as chances de implantação e gravidez. Isso, porém, levava a um número maior de gestações gemelares, que são mais arriscadas para a mãe e para os bebês.

Com o passar dos anos, os avanços nas técnicas de cultivo embrionário, a possibilidade de realizar o teste genético pré-implantacional (PGT) quando indicado e o congelamento com alta taxa de sobrevivência permitiram importantes mudanças nos protocolos de transferência. 

Hoje, é cada vez mais comum realizar a transferência de um único embrião por ciclo. Isso é possível, entre outros fatores, porque a cultura embrionária estendida (cultivo dos embriões até o estágio de blastocisto) e a realização do PGT podem ajudar a selecionar embriões mais saudáveis e com potencial de implantação.

A resolução do CFM nº 2.320/2022, atualmente em vigor, orienta o seguinte: 

  • mulheres com até 37 anos podem receber até dois embriões em um ciclo; 
  • mulheres com mais de 37 anos, até três embriões;
  • diante da realização do PGT, o limite é de 2 embriões euploides (com número normal de cromossomos), independentemente da idade da mulher.

Esses limites buscam garantir a segurança da mulher e da criança e o bom desfecho do tratamento. Embora transferir mais embriões pareça vantajoso à primeira vista, a gestação múltipla é considerada de risco, e o objetivo da medicina reprodutiva é o nascimento de um bebê saudável. 

A possibilidade de transferir apenas um embrião saudável — prática denominada single embryo transfer (SET) — já é comum em muitos centros especializados. Caso a implantação não aconteça, novas tentativas poderão ser feitas posteriormente com os embriões congelados, sem necessidade de passar novamente por todas as etapas da FIV. Assim, as chances acumuladas de sucesso ao longo dos ciclos se mantêm elevadas.

A individualização do tratamento faz toda a diferença

A decisão sobre quantos embriões serão transferidos deve ser tomada de forma individualizada. O médico especialista precisa considerar fatores como:

  • idade da mulher;
  • número de embriões formados;
  • qualidade e desenvolvimento inicial dos embriões; 
  • histórico de tentativas anteriores;
  • condições do útero;
  • expectativas do casal tentante.

A personalização do tratamento possibilita que tudo seja feito com o máximo de responsabilidade e cuidado, respeitando tanto as normas vigentes quanto as escolhas do casal.

A FIV abre portas para indivíduos e casais com diferentes condições de infertilidade. Cada tratamento é único e conduzido com empatia, atenção às particularidades dos pacientes e respaldo na efetividade das técnicas e na experiência da equipe médica.

Quer entender melhor como a FIV funciona? Confira agora o texto que aborda com mais detalhes cada etapa da fertilização in vitro!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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