A avaliação do casal infértil inclui uma série de exames femininos e masculinos. Algumas técnicas de investigação diagnóstica fazem parte da propedêutica básica da infertilidade conjugal, como o espermograma para os homens e a ultrassonografia pélvica para as mulheres. Em alguns casos, pode ser preciso solicitar exames específicos para uma investigação mais aprofundada, como o teste de fragmentação do DNA espermático.
Esse teste faz o rastreio do índice de espermatozoides com DNA fragmentado. Quando esse índice é elevado, há uma possível associação com a infertilidade masculina. Por isso, é uma ferramenta relevante, mesmo que não sejam reveladas alterações no espermograma.
A fertilidade masculina é tão importante para a reprodução humana quanto a feminina. Para conseguir engravidar sua parceira, o homem precisa ter espermatozoides produzidos em boa quantidade e que tenham qualidade para fertilizar o óvulo.
O sêmen é fundamental para a fertilidade do homem. Na composição seminal, existem diversos elementos que nutrem e protegem os espermatozoides para que eles cumpram seu trajeto no trato reprodutivo feminino. O sêmen carrega milhões de gametas masculinos para dentro do corpo da mulher, e é somente a partir disso que uma gravidez natural pode acontecer.
Ainda que o líquido seminal apresente características normais — como coloração branca leitosa e volume ejaculado entre 2 e 5ml —, é possível que existam alterações espermáticas que só podem ser vistas em análises laboratoriais com o auxílio de um microscópio. Sendo assim, os exames de avaliação da fertilidade masculina são de grande importância para estabelecer o prognóstico reprodutivo do casal.
Ao ler este post, você vai entender quando o teste de fragmentação do DNA espermático pode ser solicitado e quais são os impactos dessa alteração na capacidade reprodutiva do homem. Acompanhe!
O que é DNA espermático?
O DNA espermático é o material genético que os gametas masculinos contêm. Nesse material, estão as informações genéticas que vão determinar os aspectos biológicos e físicos de um novo ser humano. O DNA do homem mistura-se ao da mulher durante o processo de fertilização, que envolve a fusão dos núcleos do espermatozoide e do óvulo. Como resultado, forma-se um embrião com código genético completo e único.
O espermatozoide é constituído por cabeça, parte intermediária e cauda. É na cabeça do gameta que está localizado o DNA espermático. A integridade do material genético é necessária para a qualidade dos gametas, pois garante seu potencial de fertilização e a geração de embriões saudáveis e capazes de se implantar no endométrio uterino.
A fragmentação do DNA espermático consiste em danos à integridade do material, isto é, há uma quebra na cadeia de DNA dos espermatozoides. Em altos índices, essa alteração pode se tornar um fator de infertilidade, pois se há poucos gametas saudáveis no sêmen, as chances de fertilização reduzem. Além disso, embriões de baixa qualidade estão relacionados a falhas de implantação no útero, abortamento ou até nascimento de uma criança com síndrome genética.
Vários fatores podem levar ao alto índice de fragmentação do DNA espermático, incluindo:
- tabagismo;
- consumo excessivo de álcool;
- exposição frequente a produtos químicos e radiação;
- terapias oncológicas (quimioterapia e radioterapia);
- estresse;
- obesidade;
- infecções genitais;
- varicocele;
- diabetes;
- idade acima de 50 anos.
Quando o teste de fragmentação do DNA espermático é solicitado?
Esse teste não é solicitado rotineiramente na avaliação da infertilidade conjugal, mas em algumas situações pode ser indicado. O espermograma ou análise seminal é o principal exame para avaliar o potencial reprodutivo do homem, contudo, não identifica alterações do DNA espermático.
O teste de fragmentação do DNA espermático pode ser solicitado nos seguintes casos:
- idade paterna avançada;
- infertilidade sem causa aparente (ISCA);
- história de abortamento de repetição (duas ou mais perdas gestacionais não explicadas por outros fatores);
- falhas repetidas de implantação em ciclos de fertilização in vitro (FIV).
Há testes laboratoriais específicos para mensurar os danos à cromatina dos espermatozoides. Com base nos resultados, o especialista em medicina reprodutiva poderá indicar o tratamento adequado e, a partir disso, melhorar as chances de gravidez do casal.
Qual é a conduta médica diante dos resultados desse teste?
A conduta depende das causas do alto índice de fragmentação de DNA espermático. Alguns fatores podem ser revertidos apenas com mudanças no estilo de vida, por exemplo: abstenção do tabaco e do consumo excessivo de álcool, redução de peso em caso de obesidade, controle da diabetes, entre outros.
Algumas doenças que elevam os níveis de DNA espermático fragmentado podem ser tratadas com medicação ou cirurgia, como as infecções genitais, que precisam de antibióticos, e a varicocele, que é corrigida cirurgicamente.
A reprodução assistida também trabalha com técnicas que podem ajudar os homens inférteis devido à fragmentação do DNA espermático ou outras causas de infertilidade. A opção mais promissora é a FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).
A FIV com ICSI é feita com um método meticuloso, que envolve a micromanipulação individual de cada espermatozoide, que, nesses casos, são selecionados pela técnica de ZYMOT, o qual é analisado com um microscópio de alta potência e injetado no citoplasma de um óvulo. Dessa forma, são selecionados os gametas de melhor qualidade, as taxas de falhas de fertilização são reduzidas e formam-se embriões mais saudáveis.
Siga o link para o texto sobre espermograma e saiba também como esse exame é realizado!