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O que é PGT-M?

Por Equipe Origen

Publicado em 27/02/2025

Ao contrário do que muitos pensam, a infertilidade conjugal nem sempre está ligada a problemas específicos do sistema reprodutivo. 

Definida pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a infertilidade é identificada quando um casal em idade reprodutiva não consegue engravidar ou levar a gestação a termo após mais de 12 meses de tentativas – ou seja, as perdas gestacionais precoces também configuram um quadro de infertilidade e podem ser causadas por mutações genéticas que inviabilizam a gestação.

Nesse contexto, a medicina reprodutiva criou técnicas, como o PGT (teste genético pré-implantacional), para identificar essas alterações genéticas nos tratamentos com FIV (fertilização in vitro). O desenvolvimento dessas técnicas hoje permite também a seleção de embriões livres de doenças monogênicas, como é o caso do PGT-M (doenças monogênicas) – assunto deste artigo.

Continue conosco e entenda melhor o que é, como é feito e quando o PGT-M pode ser indicado!

Conheça os diferentes tipos de PGT

É importante lembrar que os diferentes tipos de PGT somente podem ser realizados durante os tratamentos de FIV, já que depende da existência de embriões produzidos em laboratório para ser feito.

Entre as modalidades disponíveis, destaca-se o PGT-A, utilizado para identificar aneuploidias, que são alterações no número de cromossomos. Essas anormalidades, como as encontradas na síndrome de Down, estão entre as principais causas de falhas na implantação e abortos espontâneos

Outra modalidade importante é o PGT-SR é indicado para identificar rearranjos estruturais nos cromossomos, como translocações, que resultam da troca de segmentos entre cromossomos diferentes, que podem levar a distúrbios genéticos variados. 

Já o PGT-P (doenças poligênicas) é um teste que avalia a predisposição genética a condições poligênicas nos embriões, que são doenças influenciadas por vários genes, ao invés de uma mutação genética única, como no caso das doenças monogênicas. 

Essas doenças não seguem um padrão de herança simples e, por isso, são mais complexas, incluindo diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, obesidade e algumas formas de câncer.

E finalmente, o PGT-M é voltado para a detecção de mutações genéticas relacionadas a doenças monogênicas, como veremos com mais detalhes a seguir.

PGT-M (doenças monogênicas)

Assim como as demais modalidades, o PGT-M também é um exame realizado durante o processo da FIV, mas neste caso para identificar embriões que não possuem mutações genéticas associadas a doenças monogênicas específicas. 

As doenças monogênicas são aquelas causadas por alterações em um único gene, podendo ser herdadas de forma dominante, recessiva ou ligada ao cromossomo X. 

O principal objetivo do PGT-M é evitar a transmissão dessas doenças de pais portadores para seus descendentes: por meio desse exame, é possível selecionar embriões livres de mutações, garantindo que a condição hereditária não seja transmitida à próxima geração. 

Isso é especialmente relevante para famílias com histórico conhecido de doenças genéticas e permite promover a interrupção da transmissão de condições que, muitas vezes, estão presentes na família há gerações.

Quando e como o PGT-M é indicado na FIV?

O PGT-M é recomendado em situações em que o risco genético é relevante, como:

  • Casais portadores de mutações genéticas conhecidas: quando ambos os parceiros possuem alterações genéticas recessivas para uma mesma doença ou quando um deles tem uma mutação dominante;
  • Histórico familiar de doenças monogênicas: casais com parentes próximos diagnosticados com condições genéticas específicas também podem optar pelo exame para evitar a transmissão da doença às futuras gerações;
  • Doenças ligadas ao cromossomo X: em casos em que a mulher é portadora de mutações ligadas ao cromossomo X, como a síndrome do X frágil;
  • Casais com histórico de múltiplos abortos espontâneos ou falhas repetidas de implantação em tratamentos anteriores da FIV: em alguns casos, as perdas gestacionais podem estar associadas a doenças genéticas hereditárias que impedem ou dificultam o início da gestação, levando à abortos e falhas de implantação.

Assim como a indicação dos demais tipos de PGT, o PGT-M é indicado de forma criteriosa, com base em uma análise detalhada do histórico médico e genético do casal. O processo começa com uma consulta inicial, em que o médico coleta informações sobre a ocorrência de doenças genéticas hereditárias na família de ambos os parceiros.

Exames genéticos prévios dos parceiros também ajudam a definir a necessidade do PGT-M, por isso a consulta com um geneticista pode ser importante para avaliar os riscos genéticos e orientar o casal. Nessa etapa, o consentimento informado é obtido, garantindo que os pais compreendam as implicações do teste.

Uma vez indicada a realização do PGT-M, o tratamento é planejado considerando o número de embriões necessários para análise.

Como é feito o PGT-M?

Após o diagnóstico, o casal segue com a FIV para que os óvulos da mulher sejam fertilizados com os espermatozoides. Quando os embriões são formados, durante o período de cultivo embrionário, uma biópsia é realizada para coletar de 5 a 10 células da camada externa do embrião, que dará origem à placenta, para análise genética.

A análise genética dos embriões é feita com o sequenciamento utilizando a tecnologia de NGS (next-generation sequencing), que permite uma análise detalhada e de alta resolução dos genes do embrião, buscando mutações específicas associadas a doenças monogênicas. Os embriões saudáveis são então identificados e selecionados para a transferência para o útero da mulher.

Após a transferência embrionária, a mulher é monitorada para confirmar a implantação do embrião e o início da gestação. Caso a gravidez seja confirmada, o acompanhamento médico continua para garantir que o desenvolvimento fetal seja saudável.

Doenças que podem ser evitadas pelo PGT-M

Como comentamos, as doenças que podem ser evitadas pelo PGT-M são aquelas provocadas pela mutação de um único gene e incluem, entre outras:

  • Anemia falciforme;
  • Fibrose cística;
  • Doença de Huntington;
  • Fenilcetonúria;
  • Hemofilia;
  • Distrofia muscular de Duchenne;
  • Síndrome do X frágil;
  • Síndrome de Marfan.

Toque neste link para entender melhor o que é a FIV.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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