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Malformações uterinas e reprodução assistida

Por Equipe Origen

Publicado em 04/10/2024

O útero é o órgão do sistema reprodutor feminino que tem a função de abrigar e nutrir o feto durante a gestação. A formação anatômica e histológica do útero permite que ele tenha as condições apropriadas para o desenvolvimento da gravidez. Sendo assim, alguns tipos de malformações uterinas podem estar entre as causas de infertilidade feminina.

O útero desempenha um papel essencial na fertilidade, visto que é nele que ocorre a implantação do embrião. O órgão se apresenta em formato de pera e tem uma cavidade com o espaço necessário para acomodar o feto em crescimento. A capacidade de expansão do útero é outra característica imprescindível para garantir a segurança e a evolução da gestação ao longo dos nove meses.

O útero também tem função relacionada à menstruação. O sangramento menstrual é resultante da descamação do revestimento interno da parede uterina (endométrio), que se renova em cada ciclo e se desfaz quando o óvulo não é fecundado.

Leia este texto até o fim, entenda o que são malformações uterinas e veja quando a reprodução assistida pode ajudar!

O que são malformações uterinas?

Também chamadas de anomalias müllerianas, são defeitos congênitos na anatomia do útero, resultantes de falhas de fusão embriológica que ocorrem nas primeiras semanas de desenvolvimento dos órgãos reprodutores femininos.

Os ductos de Müller são estruturas que dão origem ao útero, às tubas uterinas e ao terço superior da vagina. O processo de desenvolvimento embriológico dessas estruturas se completa por volta da 12ª semana de gestação. 

Nessa fase, ocorre a fusão dos ductos müllerianos com reabsorção de seu septo mediano. Defeitos no processo de fusão e falhas na recanalização dos ductos dão origem a vários tipos de malformações uterinas.

Os defeitos de fusão lateral são o tipo mais comum de malformação uterina, os quais incluem:

  • útero septado — encontrado com mais frequência, resulta da falha de reabsorção do septo mediano. Externamente, esse tipo de útero é normal, mas em sua cavidade existe uma parede de tecido (o septo) que pode ser completa ou parcial;
  • útero unicorno — nesse caso, ocorre a falha de desenvolvimento de um dos ductos, resultando em uma cavidade em formato anormal e com ausência de uma das tubas uterinas ou formação muito rudimentar de um dos lados;
  • útero bicorno — decorre da falha de fusão dos ductos, formando uma cavidade uterina com um recorte que começa na parte superior e divide o espaço interno do útero. Internamente, se assemelha com o útero septado, mas a diferença é que esse recorte também se apresenta na parte externa do órgão;
  • útero didelfo — é uma variação do útero bicorno, uma malformação uterina caracterizada pela separação completa da cavidade em duas partes. Com essa anomalia, a mulher apresenta dois úteros, dois colos uterinos e, em alguns casos, duas partes superiores da vagina.

Um tipo mais grave e raro de malformação uterina é a agenesia dos órgãos genitais internos. Quando não há formação de nenhuma estrutura mülleriana (ausência de útero, tubas uterinas e do terço superior da vagina), a condição é chamada de Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser.

Também é oportuno esclarecer que o útero retrovertido não é uma malformação uterina e não afeta a fertilidade de nenhuma forma. Trata-se apenas de uma variação na posição do útero dentro da pelve, que se encontra voltado para trás, na direção do reto e da coluna vertebral, enquanto em sua posição normal o órgão se localiza voltado para frente, sobre a bexiga urinária. Entretanto, o espaço interno para o desenvolvimento gestacional não é prejudicado.

As malformações uterinas causam infertilidade?

As malformações uterinas nem sempre são um fator de infertilidade, mas relacionam-se com graus variados de complicações obstétricas. Devido ao comprometimento do espaço da cavidade uterina, as gestantes com essas condições podem enfrentar dificuldades para manter a gravidez até o final.

Entre os desfechos gestacionais desfavoráveis, estão:

  • nos casos de útero septado ou unicorno, pode haver aumento do risco de abortamento no 1º trimestre;
  • independentemente do tipo de malformação uterina, pode haver risco de abortamento no 2º trimestre, parto prematuro, restrição do crescimento fetal, baixo peso ao nascer, apresentações anômalas e necessidade de cesariana;
  • nas condições mais graves, como a agenesia dos órgãos reprodutores, não há possibilidade de engravidar.

A relação com a dificuldade de engravidar devido a falhas de implantação do embrião no útero não está bem estabelecida. Contudo, diante do diagnóstico de malformações uterinas — obtido durante a investigação da infertilidade ou, eventualmente, no acompanhamento ginecológico de rotina —, é importante conversar com o médico especialista sobre as possibilidades de ter uma gravidez segura.

Quando a reprodução assistida pode ser uma possibilidade?

O tipo de malformação que mais tem chance de uma cirurgia bem-sucedida é o septo uterino. O tratamento é cirúrgico, mas nem sempre é efetivo para a melhora das condições reprodutivas e obstétricas

A reprodução assistida é uma alternativa para os casais com infertilidade por diversos fatores, incluindo o histórico de abortamento de repetição, que pode estar associado às malformações uterinas.

Nos casos em que há risco aumentado para intercorrências obstétricas e perda fetal, bem como na condição de agenesia, uma possibilidade é a fertilização in vitro (FIV) com barriga solidária. Assim, mesmo que não possa gestar, a mulher que tem malformação uterina mais grave pode ter um filho com mais segurança e com sua herança genética.

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Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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