Fertilidade, no contexto da saúde humana, se refere à capacidade de se reproduzir, de gerar filhos. Ao contrário disso, o casal infértil é aquele que enfrenta dificuldades para engravidar. A condição pode ser classificada como infertilidade primária ou secundária.
A infertilidade sempre é considerada conjugal. Pode incluir fatores femininos, masculinos ou de ambos. Portanto, é necessário que a mulher e o homem sejam examinados, mesmo que haja suspeita de que apenas um deles tenha disfunção reprodutiva.
Há sinais e sintomas que ajudam o casal a suspeitar de que tem alguma doença do sistema reprodutor, por exemplo, as irregularidades menstruais, que podem estar associadas a problemas ovulatórios. Contudo, o homem também precisa ser avaliado para o casal receber a indicação de tratamento mais apropriada.
Continue a ler este artigo e descubra o que significa infertilidade primária!
Por que a infertilidade é considerada conjugal?
A infertilidade é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a dificuldade de engravidar ou levar uma gestação a termo, após 12 meses de tentativas, para mulheres de até 35 anos, ou 6 meses caso tenha idade superior, considerando que o casal seja sexualmente ativo e não faça uso de nenhum método contraceptivo.
Embora, as causas da infertilidade de um casal possam ser especificamente femininas ou masculinas, entende-se que se trata de um problema conjugal. Em outras palavras, a infertilidade conjugal implica que ambos, homem e mulher, precisam de avaliação.
Ao ser avaliado, o casal pode descobrir condições femininas, masculinas, de ambos ou de nenhum. Quando não há problemas identificados, define-se a condição como infertilidade sem causa aparente (ISCA).
Precisamos, ainda, ressaltar que cada casal é único. Se um dos parceiros teve filho com uma pessoa, não significa que também vai ter com outra. A combinação das condições de ambos determina se o casal é fértil ou se tem infertilidade conjugal.
O que é infertilidade primária?
A infertilidade primária é assim classificada quando o casal tentante nunca teve filhos. Mesmo se a mulher chegou a engravidar, mas não conseguiu levar a gestação adiante, considera-se a infertilidade conjugal como primária.
Há diversas causas para isso. Entre os fatores femininos, estão:
- endometriose;
- disfunção ovulatória, sendo a síndrome dos ovários policísticos (SOP) a condição mais associada à anovulação crônica;
- doenças e malformações uterinas, como mioma submucoso, pólipo endometrial, adenomiose, septo uterino, entre outras;
- infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que podem causar obstrução das tubas uterinas e endometrite (inflamação na parte interna do útero);
- infertilidade sem causa aparente;
- idade materna superior a 35 anos, que está associada à redução na qualidade dos óvulos.
Os fatores masculinos relacionam-se com alterações na produção ou na qualidade dos espermatozoides, bem como bloqueios no trato reprodutivo que impedem a passagem dos gametas. As condições que colocam o potencial reprodutivo do homem em risco incluem:
- varicocele;
- hábitos de vida ou doenças endócrinas que afetam os níveis dos hormônios;
- alterações genéticas e disfunções imunológicas;
- infecções genitais;
- infertilidade sem causa aparente;
- problemas estruturais congênitos, como ausência bilateral dos canais deferentes.
Um aspecto importante é a conscientização de que ter o primeiro filho não garante que o casal terá o segundo. Nesse contexto, a condição é chamada de infertilidade secundária. A investigação diagnóstica e o tratamento na área de medicina reprodutiva também podem ser necessários para quem deseja uma segunda gravidez.
Como tratar a infertilidade?
Nem sempre a infertilidade primária precisa de tratamentos médicos específicos. Alguns casais podem melhorar suas chances de gravidez com medidas simples, como o cálculo do período fértil e a adoção de um estilo de vida mais saudável. Por exemplo, a perda de peso corporal, no caso de pessoas com obesidade, pode ajudar a equilibrar os níveis hormonais, melhorando o processo de gametogênese (desenvolvimento dos gametas).
Dependendo das causas diagnosticadas, indica-se o tratamento da condição subjacente à infertilidade primária, que pode envolver: uso de medicação para disfunções hormonais ou doenças infecciosas/inflamatórias e cirurgia para correção de alterações estruturais.
Os tratamentos de reprodução assistida também são um caminho para o casal com infertilidade primária. Além da investigação minuciosa dos fatores envolvidos, o casal pode contar com técnicas que ajudam a contornar inúmeras condições.
As técnicas de baixa complexidade são a relação sexual programada e a inseminação artificial. Podem ser indicadas para as pacientes mais jovens (com menos de 35 anos), tubas uterinas saudável e com causas leves de infertilidade, como disfunções ovulatórias e ISCA.
A fertilização in vitro (FIV) é a técnica mais complexa da reprodução assistida, portanto, pode ajudar a superar as condições mais graves, como idade materna avançada, obstrução das tubas uterinas, endometriose profunda ou ovariana, tempo prolongado de infertilidade, oligozoospermia, astenozoospermia, teratozoospermia moderadas ou graves, azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen) e outras alterações espermáticas.
Diante da dificuldade de engravidar, após um ano ou mais de tentativas — ou apenas 6 meses, quando a mulher já tem mais de 35 anos —, o casal com infertilidade primária deve realizar a avaliação com um médico especialista em medicina reprodutiva para conhecer todas as possibilidades e receber indicação para o tratamento mais adequado.
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