Agende a sua consulta

Mioma submucoso: diagnóstico e tratamento

Por Equipe Origen

Publicado em 09/08/2024

Os principais órgãos dos sistema reprodutor feminino são o útero, os ovários e as tubas uterinas. Eles desempenham funções essenciais para o sucesso do gravidez e qualquer alteração no funcionamento adequado pode resultar em infertilidade.

Muscular, oco e em formato de pera invertida, o útero é responsável por abrigar o embrião-feto até o nascimento. É dividido em três camadas, o corpo do útero, o istmo do útero e o colo do útero. O corpo do útero, a maior delas, é morfologicamente formado por três de camadas de revestimento, endométrio, a interna, miométrio, a intermediária e perimétrio, a externa.

O endométrio é uma mucosa formada por tecido epitelial, glândulas, estroma e vasos sanguíneos. Nos ciclos menstruais, é preparado pelo estrogênio, principal hormônio feminino, tornando-se mais espesso e vascularizado para receber um possível embrião formado na fecundação, que se implanta nessa camada para dar início à gestação.

Já o miométrio, é formado por células musculares lisas, que auxiliam as contrações no momento dos do parto, enquanto o perimétrio é formado por tecido conjuntivo e não participa diretamente da gestação.

Diferentes condições podem afetar o útero durante a idade reprodutiva e interferir em sua função. Os miomas uterinos estão entre as mais frequentemente registradas. Também conhecidos como leiomiomas, são crescimentos não cancerosos que se desenvolvem nesse órgão.

Miomas podem variar em tamanho, número e localização dentro do útero. A localização é, inclusive, o principal critério para classificá-los, bem como interfere nos possíveis sintomas provocados por eles e riscos para a fertilidade feminina.

O mioma submucoso é o tipo mais associado à infertilidade feminina. Assim, o quanto antes for diagnosticado e tratado, menores são os danos provocados. Continue a leitura até o final para saber como diagnóstico e tratamento do mioma submucoso são feitos. Confira!

Classificação dos miomas

Os miomas são formados a partir de uma única célula do miométrio, que se multiplica desordenadamente formando um tumor. Se desenvolvem sob estímulo do estrogênio e são classificados em vários tipos de acordo com sua localização no útero. O sistema de classificação proposto pela da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) considera três tipos como principais:

  • mioma submucoso: se origina no miométrio e se projeta para o interior da cavidade uterina;
  • mioma intramural: localizado apenas no miométrio;
  • mioma subseroso: se origina no miométrio e se projeta em direção à camada externa, denominada perimétrio.

Ainda que a causa exata de miomas permaneça desconhecida pela ciência, segundo estudos, diferentes fatores de risco podem levar ao desenvolvimento:

  • idade e a nuliparidade (nunca ter tido filhos): mulheres mais velhas e que nuca tiveram filhos têm mais chances de ter miomas por estarem expostas por mais tempo ao estrogênio, hormônio que atua em seu desenvolvimento;
  • genética, obesidade e diferença racial: a incidência é mais alta em mulheres que têm parentes de primeiro grau com a doença, nas de pele negra e nas obesas;
  • hábitos de vida: alguns hábitos como o consumo de álcool e cafeína em excesso também podem aumentar as chances de ter miomas.

O mioma submucoso, é o mais associado às dificuldades reprodutivas por crescer logo abaixo do endométrio e se projetar para dentro da cavidade uterina. Observar os possíveis sintomas, é uma das formas de garantir que que diagnóstico e tratamento sejam feitos precocemente, entre eles a infertilidade, caracterizada após um ano de tentativas malsucedidas de engravidar sem o uso de métodos contraceptivos, incluindo os de barreira, as camisinhas masculinas e femininas.

Quais são os sintomas do mioma submucoso?

Além da infertilidade, principal consequência do mioma submucoso, ele pode provocar sintomas, muitas vezes severos, que interferem na qualidade de vida das mulheres portadoras e nas atividades diárias, incluindo:

  • sangramento entre os períodos menstruais;
  • aumento excessivo do fluxo menstrual (menorragia);
  • sangramento menstrual prolongado;
  • cólicas severas durante o período menstrual;
  • dor durante a relação sexual.

Os impactos provocados na fertilidade feminina pelo mioma submucoso, por outro lado, geralmente resultam em abortamento, muitas vezes de repetição, quando há perda da gravidez clinicamente comprovada antes da 22ª semana de gestação, uma dos critérios que caracteriza a infertilidade feminina. Veja abaixo:

  • inflamação local: a presença do mioma submucoso pode causar um processo inflamatório no endométrio, que interfere no preparo adequado durante o ciclo menstrual, levando a falhas na implantação e abortamento;
  • distorção da cavidade uterina: quando o mioma submucoso cresce muito, ele pode alterar a anatomia da cavidade uterina, dificultando a implantação do embrião ou impedindo a sustentação da gravidez nos casos em que se implanta, causando igualmente a perda da gravidez;
  • prejudica o fluxo sanguíneo: o mioma submucoso em tamanhos ou quantidades maiores pode afetar o suprimento de sangue para o endométrio, o que também compromete a implantação do embrião, provocando falhas e abortamento.

Como o mioma submucoso é diagnosticado e tratado?

O diagnóstico do mioma submucoso inicia na consulta, ocasião em que é feito o acolhimento dos sintomas.

Posteriormente, a confirmação é feita por exames de imagem. O primeiro a ser solicitado costuma ser a ultrassonografia transvaginal, que permite indicar critérios como quantidade e tamanho. Muitas vezes, inclusive, o mioma submucoso é diagnosticado quando esse exame é realizado como rotina.

Se os resultados forem inconclusivos, outros podem ser realizados de forma complementar, entre eles a vídeo-histeroscopia ambulatorial, técnica minimamente invasiva que utiliza um aparelho ótico denominado histeroscópio para visualizar diretamente a cavidade uterina.

As opções para o tratamento do mioma submucoso, por sua vez, consideram aspectos como a gravidade dos sintomas, desejo de engravidar no momento ou no futuro e incluem:

  • medicamentos hormonais: quando os sintomas são mais leves e a mulher não desejar engravidar no momento, medicamentos hormonais, como contraceptivos orais, podem ser prescritos para promover a suspensão da menstruação e minimizar a ação do estrogênio, levando à redução temporária do mioma submucoso e alívio dos sintomas;
  • embolização da artéria uterina (EAU): esse procedimento não cirúrgico interrompe o suprimento de sangue para os miomas, levando ao seu encolhimento. Embora seja eficaz para aliviar os sintomas, mesmo o mais severos, sendo uma alternativa à cirurgia, pode não ser adequada para mulheres que desejam engravidar no futuro;
  • remoção cirúrgica: a remoção dos miomas, procedimento denominado miomectomia, é indicada às mulheres com sintomas mais severos, incluindo infertilidade, que desejam engravidar no momento. É feita por vídeo-histeroscopia cirúrgica, técnica que mantêm as características do útero preservadas. Durante o procedimento, se for necessário são corrigidas ainda possíveis distorções anatômicas;
  • remoção do útero: mulheres que não desejam ter mais filhos e sofrem com sintomas severos, podem optar pela remoção do útero, procedimento chamado histerectomia, também realizado por vídeo-histeroscopia cirúrgica.

Após a remoção do mioma submucoso, boa parte das mulheres conseguem engravidar naturalmente, porém, se não houver sucesso, a reprodução assistida pode auxiliar o processo.

Infertilidade e reprodução assistida

A técnica indicada para infertilidade provocada por fatores mais graves é a fertilização in vitro (FIV), que prevê a fecundação e o desenvolvimento inicial dos embriões em laboratório com posterior transferência diretamente ao útero materno.

A fecundação é realizada por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) após a coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides. Nesse método, cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo, o que aumenta as chances de sucesso e proporciona a formação de mais embriões.

Na FIV, mulheres com histórico de abortamento de repetição podem ter todos os embriões congelados e transferidos no ciclo seguinte. Essa técnica, complementar ao tratamento é conhecida como freeze-all e permite que o endométrio seja preparado por medicamentos hormonais semelhantes aos naturais antes da transferência, diminuindo, teoricamente, riscos de falhas na implantação.

Os percentuais de sucesso gestacional proporcionados pela FIV são bastante expressivos e os mais altos da reprodução assistida.

Siga o link e conheça em detalhes todos os tipos de miomas uterinos!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.